Brasileiros que
A moradora de São Paulo Cristina Babli precisou se esconder três vezes em bankers. “Foram vários sustos. O primeiro ocorreu quando ouvi o aeródromo explodir a poucos quilômetros de onde a gente estava. A sirene tocou e não consegui chegar ao hotel rapidamente. Escutei aquele zumbido de lançamento e, depois, o estrondo. Mais tarde, olhando para cima com o céu claro, vi mísseis sendo abatidos sobre as nossas cabeças. Tivemos que correr”, contou.
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Ela ainda contou estar hospedada no sétimo andar, precisou ficar confinada, por recomendação do governo israelense. “As cidades começaram a ficar desertas”, acrescentou.
Diante os momentos de tensão, o brasiliense Gleik Max chegou a gravar um vídeo de despedida para o filho de 4 anos e a companheira. “Viajo com costume, mas eu queria ter um momento de despedida. Foi uma decisão muito racional. Gravei um vídeo e mandei para a mãe e disse: 'ó, você não assiste e nem mostra para ele. Mas se algo acontecer comigo, queria muito que assistissem’'', contou.
Felizmente, ele poderá contar o que aconteceu. “Nos próximos dias, quero falar sobre o que aconteceu com ele, mas de forma lúdica para que ele compreenda como Deus nos salvou. Quero que ele seja um cidadão do bem, entenda o plano de resgate”, acrescentou.
A aeronave KC-30 partiu de Tel Aviv, capital de Israel, trazendo pessoas que estavam viajando e não tinham a passagem de volta para o país. Márcia Helena Neves Olsen classificou a viagem como “tranquila”. “A força aérea brasileira foi nota 1.000. Fomos muito bem tratados, muito bem cuidados, muito bem recebidos. Excelente”, acrescentou.
A tripulação contou com uma médica, uma psicóloga e dois enfermeiros, com o objetivo de, segundo o governo, evitar que os brasileiros sofram estresse pós-traumático. Outros dois aviões da FAB já partiram do Brasil com destino a Israel no âmbito da Operação Voltando em Paz. O segundo avião da FAB, com capacidade para 210 pessoas, já está na Europa e fará o trajeto entre Israel e o Brasil nesta quarta-feira (11).
Segundo dados do Itamaraty, até o momento, a Embaixada brasileira em Tel Aviv recebeu pedidos de 2.700 brasileiros que desejam retornar ao país. Neste primeiro momento, o governo vai priorizar o resgate de turistas, que não possuem passagem aérea.
O Ministério das Relações Exteriores recomenda que os brasileiros que possuem condições financeiras para comprar passagens, ou que já tenham bilhetes, para embarcarem em voos comerciais que estão saindo do aeroporto Ben-Gurion, que é o maior aeroporto de Israel. O terminal opera com restrições, mas ainda possui voos comerciais com partidas de Israel.
O governo federal estima 14 mil brasileiros residentes em Israel e seis mil brasileiros na Palestina. O Escritório de Representação em Ramalá mantém contato com representantes dos cerca de 30 cidadãos que vivem na Faixa de Gaza.