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A decisão do desembargador Alexandre Victor de Carvalho suspende o andamento do processo até que a 123milhas passe por constatação prévia, uma perícia que tem o objetivo de verificar o funcionamento da empresa e a análise dos documentos apresentados no pedido de recuperação. Sérgio Mourão, especialista em recuperação judicial e professor de Direito Empresarial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que a constatação prévia não era prevista na lei original de Recuperação Judicial, mas foi inclusa na lei após ser adotada por juízes.
“A perícia prévia passou a ser determinada por juízes em recuperações judiciais em São Paulo e acabou entrando na lei em 2021. Desde então, os juízes que avaliavam os pedidos de recuperação passaram a aceitar os pedidos ou determinar a perícia prévia.”
Na decisão que
Agora, a Justiça vai escolher uma empresa de auditoria para fazer a constatação prévia da 123milhas. A auditoria vai confirmar se o número de credores e dívidas declarados pela empresa é verdadeiro, entre outros quesitos. Até o resultado da perícia, o processo de recuperação judicial segue parado, aumentando ainda mais a expectativa (e a frustração) dos milhares de credores da empresa.
“O principal efeito do pedido de recuperação judicial é a suspensão das execuções individuais, das cobranças e ações individuais dos consumidores. O pedido foi suspenso, mas as cobranças continuaram suspensas pelo desembargador”, explica o especialista.
Recuperação judicial da 123milhas é suspensa
A Justiça de Minas Gerais suspendeu provisoriamente o pedido de recuperação judicial da
O desembargador Alexandre Victor de Carvalho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), suspendeu provisoriamente o pedido de recuperação judicial até que a 123milhas passe por constatação prévia, processo em que o funcionamento e os documentos da empresa são avaliados. As cobranças de credores seguem suspensas, já que o período de blindagem foi mantido na decisão.
No recurso, o Banco do Brasil também pedia a destituição dos administradores judiciais, ou seja, os dois escritórios de advocacia responsáveis pelo processo de recuperação judicial da 123milhas. O pedido foi negado neste momento e, segundo o magistrado, só deve ser avaliado após o resultado da constatação prévia. O
Crise na 123milhas
A agência de viagens 123milhas surpreendeu milhares de clientes no dia 18 de agosto, após
No dia 29 de agosto, a 123milhas um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirma que enfrenta a “pior crise financeira de sua história” e alega que “fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos”. O pedido foi aceito pela Justiça no dia 31 de agosto.
Advogados ouvidos pela Itatiaia afirmam que a empresa não pode oferecer apenas vouchers como forma de reembolso para os clientes e explicam que os consumidores têm o direito ao ressarcimento em dinheiro.