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Polícia pede cancelamento de shows de MC Pipokinha no Paraná; entenda

Agentes do Núcleo de Proteção à Criança estarão presentes no show da funkeira; deputado paranaense ameaçou prender cantora durante o show

MC Pipokinha pode ter shows em Curitiba cancelados

A Polícia Civil do Paraná pediu à Justiça local que cancele os shows da funkeira MC Pipokinha marcados para o dia 20 de maio em Curitiba. O pedido foi feito dias após um deputado paranaense atacar a cantora e ameaçar prendê-la durante sua apresentação.

A informação foi confirmada pelo delegado Rodrigo Rederde, líder do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria). Em um vídeo ao lado do deputado Tito Barrichello (União-PR), ele confirma ter recebido um ofício do parlamentar e encaminhado o pedido à Justiça. Segundo ele, agentes do Nucria vão acompanhar o show da funkeira independentemente da decisão da Justiça.

“Independente disso ocorrer ou não, estaremos lá fiscalizando e observando todas as leis que protegem nossas crianças e adolescentes.”

Logo depois no vídeo, Tito Barrichello agradeceu ao delegado e, mostrando as algemas, voltou a ameaçar MC Pipokinha de prisão.

“Mostrando que a lei e a ordem funcionam aqui no Paraná, aqui nós temos Código Penal. Então fica um recado para você, Pipokinha: tá aqui a algema. O ‘delegado xerife’ vai te algemar se você praticar sexo explícito ou qualquer ato libidinoso que configure crime. Porque lugar de bandido é na cadeia.”

Em nota, a Polícia Civil informou que o delegado Rodrigo Rederde está agindo de forma regular, dentro das suas atribuições. Já a Justiça do Paraná informou que não possui processos ativos no nome da cantora.

Polêmica com MC Pipokinha

Famosa pelos shows sensuais e letras com teor sexual, MC Pipokinha passou a ser alvo do deputado estadual Tito Barrichello (União-PR), que foi ao plenário da Assembleia Legislativa para ameaçar prender a cantora caso ela cometesse crimes durante as duas apresentações marcadas na capital paranaense. Durante o discurso, ele atacou a cantora, acusou ela de simular atos sexuais no palco com pessoas e até mesmo animais e insinuou que ela fosse prostituta.

Dias depois, Tito se reuniu com o dono de uma das casas de shows que contrataram a cantora. O empresário teria se comprometido a interromper o show da cantora caso ela fizesse qualquer ato obsceno ou apologia à pornografia.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.