O ex-deputado
Segundo o médico infectologista e professor da UFMG, Geraldo Cunha Cury, a sepse, também chamada de septicemia, é uma resposta inflamatória exagerada do corpo, que provoca diversas alterações no paciente. A doença costuma decorrer de uma infecção.
“É muito importante conceituar a sepse como uma doença predominantemente inflamatória, e ela pode ocorrer em decorrência de infecções virais e bacterianas por fungos ou por parasitas. Já o choque séptico é um subconjunto da sepse, que envolve os casos mais graves, a gente chama de síndrome da resposta inflamatória sistêmica, porque isso é produto dessa resposta inflamatória do organismo em função desses agentes que podem atacar”, explica o médico.
Uso indevido de antibióticos pode levar à sepse
Conforme o médico Geraldo Cunha Cury, alguns pacientes podem ter predisposição à sepse. Ele explica que crianças menores dois anos, adultos acima de 55 anos e pessoas com imundo deficiência genética ou secundária, câncer, diabete, cirrose ou fibrose cística, além de várias outras doenças, podem ser mais suscetíveis à sepse.
O infectologista destaca, entretanto, que o uso indevido do antibiótico é um fato importante relacionado aos casos de septicemia. Segundo ele, o uso descontrolado de antibióticos pode levar ao aparecimento de bactérias resistentes, que acabam causando a sepse.
“Quando a gente fala em sepse, nós não estamos falando de alguma coisa de outro mundo, as pessoas precisam tomar cuidado. Quando o médico passa um antibiótico e põe lá ‘usar durante sete dias’, se a pessoa usa menos do que sete dias, ela facilita o aparecimento de resistência bacteriana. Não tome remédios, principalmente antibióticos, sem receita médica”.
Casos de septicemia vem crescendo no mundo
Geraldo Cunha Cury relata, ainda, que com o avanço da medicina o número de casos de septicemia vem crescendo. Isso porque a doença ocorre, muitas vezes, devido a complicações de cirurgias e transplantes, além da idade avançada.
“A frequência da sepse tem crescido em todo mundo, pois a população cada vez mais vive mais tempo, e aí os riscos e as possibilidades de infecção vão se tornando maiores. Os procedimentos cirúrgicos cada vez mais complexos, a imunossupressão terapêutica, que é utilizada em transplantes, na oncologia e na reumatologia cada vez são mais comuns, e levam a um aumento dos casos de sepse”.
Diagnóstico e tratamento da sepse
O diagnóstico da septicemia é feito a partir de um exame de sangue que aponta a presença de bactérias no corpo do paciente. Segundo o infectologista, alguns sintomas podem apontar aos profissionais de saúde a possibilidade do paciente estar sofrendo uma septicemia. São eles:
Febre
Dificuldade respiratória
Pressão arterial baixa
Ritmo cardíaco acelerado
Confusão mental
Geraldo Cury destaca, entretanto, que esses são sintomas comuns de muitas outras doenças, e que só um profissional pode diagnosticar um paciente com septicemia, a partir do exame de sangue.
“O tratamento da sepse ele vai envolver o antibiótico adequado ou outro produto que não seja antibiótico, caso não seja bactéria, a hidratação venosa adequada, administração de vários medicamentos junto com soro e suporte a pressão sanguínea”.