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Mandante dos assassinatos de Bruno e Dom foi traficante peruano, conclui PF

‘Colômbia’, como é conhecido já foi preso duas vezes durante investigações do crime cometido no Vale do Javari (AM)

Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados em uma emboscada no dia 5 de junho de 2022

A Polícia Federal no Amazonas concluiu, nesta segunda-feira (23), que o mandante do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips foi o traficante peruano conhecido como “Colômbia”.

Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, está preso desde dezembro. Ele chegou a ser detido em outubro, quatro meses após os crimes, mas foi solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, mas teve a prisão pedida novamente por descumprir medidas cautelares.

Em entrevista coletiva na tarde, o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Fontes, afirmou não ter dúvidas de quem o mandante foi mesmo Colômbia.

“Temos provas que ele fornecia as munições para o Jefferson e o Amarildo, as mesmas encontradas no caso. Ele pagou o advogado inicial de defesa do Amarildo”, disse Fontes ao se referir aos executores de Bruno e Dom, que também estão presos.

Ainda de acordo com o superintendente, o irmão de Amarildo, Edvaldo da Costa Oliveira teria participado do crime, não só como participante da ocultação dos cadáveres, mas fornecendo a arma do crime.

“Temos mais uma pessoa identificada, que é o irmão do Amarildo, o Edvaldo da Costa Oliveira. Nas nossas investigações iniciais, ele teria participado da ocultação de cadáver, mas ficou evidente que ele participou materialmente. Ele entregou a espingarda calibre 16 nas mãos do Jeferson, ciente de que ele a utilizaria no assassinato de Bruno e Dom”, afirmou.

Morte de Bruno e Dom

Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram no início da manhã do dia 5 de junho de 2022 quanso se deslocavam da comunidade de São Rafael e o município de Atalaia do Norte, na região do Vale do Javari, no Amazonas.

Eles estavam na região para entrevistas lideranças indígenas e das populações ribeirinhas que vivem no local, para um livro que estava sendo escrito por Dom sobre a Amazônia. A região sofre com a invasão de atividades criminosas, como o narcotráfico, caça e pesca ilegais e garimpo irregular.

Os corpos de Bruno e Dom foram encontrados no dia 15 de junho, em uma região de mata fechada depois que o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, confessou participação no crime e levou os policiais até o local onde os corpos foram enterrados. Os restos mortais foram entregues pela PF às famílias de Bruno e Dom somente no dia 23.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.