A Americanas declarou à Justiça um rombo fiscal de R$20 bilhões e recebeu, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, uma medida de tutela de urgência cautelar. Na prática, isto significa que a empresa tem 30 dias para pedir recuperação judicial.
No pedido à Justiça, a Americanas diz ter descoberto um rombo contábil de R$20 bilhões, anunciado na última quarta-feira (11), que pode levar ao “vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões”. As informações foram publicadas pelo colunista do Jornal O Globo, Lauro Jardim.
A medida de tutela cautelar concedida pelo juiz Paulo Assed suspende a possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora dos bens da Americanas, e adia a obrigação de pagamento de dívidas da empresa, até que um pedido de recuperação judicial seja feito.
O juiz argumenta, ainda, que as inconsistências contábeis da Americanas pode exigir um reajuste nos lançamentos da empresa, impactando os resultados anteriores e alterando o grau de endividamento.
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Entenda:
Na última quarta-feira (11) o diretor-presidente da Americanas, Sergio Rial, e o diretor de Relações com Investidores, André Covre, pediram demissão da companhia depois que a empresa detectou um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas.
De acordo com o comunicado, a área contábil da Americanas detectou “inconsistências em lançamentos contábeis” realizados nos últimos anos, incluindo em 2022. Ainda de acordo com o texto, neste momento “não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da Companhia.”
No dia seguinte, as ações da empresa de varejo caíram 77,33% - passando de R$ 11,65 para R$ 2,72. Avaliada em cerca de R$ 10 bilhões, a Americanas perdeu, em um dia, R$ 8,4 bilhões em valor de mercado.
Com informações do repórter Lucas Pavanelli