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Ministério da Agricultura detecta monoetilenoglicol em outros lotes de alimentos pet

Resultados preliminares foram divulgados nesta sexta-feira (9) após análises laboratoriais

Composto faz parte da composição de rações e petiscos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) detectou a presença de monoetilenoglicol como contaminante de propilenoglicol em lotes de petiscos para animais além dos que já tinham sido detectados. Resultados preliminares foram divulgados pela pasta nesta sexta-feira (9), após análises realizadas nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA).

Segundo o MAPA, “as investigações ainda não determinaram a origem do aditivo utilizado, em virtude da falta de rastreabilidade dos envolvidos e da mistura de lotes de aditivos nos diferentes estabelecimentos já identificados sem registro no Ministério”. O Ministério citou ainda que o propilenoglicol é permitido na alimentação animal, desde que comprado de empresas registradas.

Para controlar e acompanhar a comercialização do composto, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal ainda fez as seguintes determinações às empresas:

  • indicar os lotes de propilenoglicol existentes em seus estoques e seus respectivos fabricantes e importadores ao Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA) de sua região;

  • realizar análises em produtos que contenham o propilenoglicol em sua composição, para garantir a segurança de uso nesses produtos;

  • indicar os lotes de produtos acabados em estoque e já distribuídos que tenham utilizado propilenoglicol em sua composição, incluindo a porcentagem utilizada.

Dependendo dos resultados, as empresas devem realizar o recolhimento dos produtos e informar ao SIPOA da região. O uso do propilenoglicol deverá ser comunicado no que diz respeito a fabricação, compra e importação. Demais fabricantes também devem indicar o uso desde dezembro do ano passado.

“As empresas têm o prazo de 10 dias para atender às determinações do Dipoa. A não comunicação ao SIPOAS será interpretada como não utilização do propilenoglicol e as empresas serão fiscalizadas quanto à veracidade das informações prestadas”, finalizou o MAPA.

Entenda

A investigação teve início após tutores desconfiarem da morte de dois cães e levarem corpos para serem analisados pela Escola Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme laudo de necropsia, os animais morreram por “ lesões renais graves” em decorrência de consumo de etilenoglicol. Na ocasião, os donos suspeitaram que a substância estava em petiscos.

Na sexta passada, a Polícia Civil divulgou dados que confirmam a presença de monoetilenoglicol - mesmo que etilenoglicol - em um petisco recebido pela instituição de um dos tutores que registraram denúncia.

Conforme a perita criminal Renata Fontes, três produtos diferentes da Bassar passaram por processamento. Todos eles foram entregues pelos tutores. “Recebemos desde o início da semana materiais que foram encaminhados pela delegacia do consumidor para análise”, destacou em coletiva.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.