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‘Fogo nos racistas': organizada do Atlético exibe faixa no Mineirão

Mensagem foi exibida na arquibancada antes da partida contra o Athletico-PR pela Copa Libertadores

Faixa exibida pela organizada do Atlético no Mineirão

A Galoucura, principal torcida organizada do Atlético, exibiu uma mensagem contra o racismo na arquibancada do Mineirão, em Belo Horizonte, antes da partida contra o Athletico-PR, pela 4ª rodada do Grupo G da Copa Libertadores.

Uma bandeira verde e amarela foi estendida pelos torcedores da organizada com a frase “fogo nos racistas”, popularizada pelo rapper atleticano Djonga.

A torcida do Atlético demonstra apoio a Vinícius Júnior, atacante do Real Madrid que foi alvo de racismo no último domingo, durante partida contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol. O jogador brasileiro foi chamado de macaco durante o confronto.

O Atlético também apoiou o jogador e exibiu mensagens no gramado do Mineirão. Na faixa estendida perto do banco de reservas do Atlético, a frase era: “O Galo é preto e branco. TMJ Vini Jr.”.

Já a faixa ao lado do banco de reservas da equipe visitante tinha a seguinte mensagem: “Vamos banir o racismo! Força, Vini Jr.”.

Racismo contra Vini Jr.

Vini Jr. foi alvo de insultos racistas na derrota do Real por 1 a 0 para o Valencia no Mestalla, em Valência, pela 35ª rodada do Espanhol. A partida foi paralisada aos 27 minutos da segunda etapa. O atacante começou a discutir com torcedores enquanto outros jogadores tentavam acalmar o brasileiro.

Foi possível ouvir os gritos de “Mono” (macaco, em espanhol) por parte da torcida do Valencia. O árbitro conversou com oficiais da organização da partida e o jogo foi interrompido.

O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às “manifestações racistas”. Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr em campo.

A partir das repetidas demonstrações racistas, o jogo ficou nervoso. Vini Jr. foi provocado pelo goleiro geórgio Giorgi Mamardashvili, que foi punido com o cartão amarelo. Os jogadores trocaram empurrões no campo.

No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso nos acréscimos.

O problema envolvendo a torcida espanhola não é novidade. Vinicius Júnior já foi vítima de inúmeros casos ao longo da sua trajetória pelo clube espanhol.

Vinícius responde

O jogador foi às redes sociais após o ocorrido e desabafou. “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”.

“Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, completou.

Henrique André é repórter multimídia e setorista do Atlético na Itatiaia. Acumula passagens por Uol Esporte, Jornal Hoje em Dia e outros veículos. Participou da cobertura de grandes eventos, como Copas do Mundo (2014-18) e Olimpíada (2016-2021).
Túlio Kaizer é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte e tem grande experiência no digital. Foi setorista dos três grandes clubes do futebol mineiro: América, Atlético e Cruzeiro. Cobre também basquete, vôlei, esportes americanos, esportes olímpicos e e-sports.