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Dia Mundial do Café: Safra 2023 promete 8 milhões de sacas a mais do que em 2022

Brasil é o maior produtor e exportador do mundo. Minas responde por 50% da produção nacional; estado investe, cada vez mais, no segmento dos cafés especiais

A colheita do café está bem no início. As regiões planas são as que começam esse trabalho primeiro. E as montanhosas são as últimas

No Dia Mundial do Café, temos muito o que comemorar. Pra começo de conversa, as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Usp (Cepea) indicam que a safra mineira desse ano deverá render pelo menos 8 milhões de sacas a mais do que em 2022, representando 50% do total da produção do país. A primeira razão para esse bom desempenho é que se trata de um “ano cheio” e a segunda é que as lavouras não sofreram adventos climáticos graves e produziram em sua plenitude.

Mas e esse tal de “ano cheio”? Pra quem não sabe o café é uma cultura bienal, com alternância de safras altas e baixas. O coordenador de culturas da Emater-MG, Sérgio Brás Regina, explica que esse negócio de bienalidade funciona assim: se no ano anterior a safra foi alta, no ano seguinte, ela, inevitavelmente, apresentará uma queda em razão da necessidade do vegetal se recompor. O café só produz em ramos novos.

“Mas esse fenômeno tem acontecido em menor escala porque muitos produtores têm adotado a tecnologia da safra zero. Então, colhem mais ou menos o mesmo tanto porque, todos os anos, podam metade das lavouras e na outra metade, produzem”.

Início da colheita

Nesse momento, a colheita do café está bem no início. As regiões planas são as que começam esse trabalho primeiro. E as montanhosas são as últimas, em geral, estendendo-se até dezembro. Mas, de acordo com Sérgio, 90%, normalmente, já foi colhida até outubro.

A área total plantada no Estado é de 1.108 hectares, a maior parte da espécie arábica, que é produzida em todas as regiões do estado. Já a espécie Conilon corresponde a 10 mil hectares, produzidos na Zona da Mata, Rio Doce e Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A maior parte dos cafés que tomamos é Arábica, o Conilon é mais usado para fazer os Cafés Solúveis, aqueles que você coloca o pó com água quente na xícara e está pronto.


Diferenças entre as espécies Conilon e Arábica:

  • O Conilon tem 23 cromossomos e o Arábica tem 44.

  • O Conilon tem as folhas maiores e mais enrugadas, e o Arábica tem as folhas mais lisas e menores.

  • O Conilon tem multicaules saindo de uma mesma planta. Já o Arábica é unicaule.

  • A lavoura do Conilon produz muito mais do que Arábica, além de ser mais resistente.

  • Quanto ao manejo, o arábica requer mais cuidados do agricultor.

  • O Conilon tem grãos menores e a polpa é menos espessa do que a do café Arábica.

Projeções para 2023

Ainda sobre a produtividade, a estimativa é que sejam colhidas no Estado 27,5 milhões de sacas, superando a safra passada que rendeu 21,9 milhões de sacas de 60 Kg. A projeção para a colheita em todo o país é de 54,9 milhões de sacas, cerca de 5 milhões de sacas a mais do que no ano passado.

SAFRA 2022

  • Produção MG (2022): 21,9 milhões de sacas

  • Produção BR (2022): 50,9 milhões de sacas

  • Participação mineira no cenário Brasil: 43%

Exportação

2022

  • Minas Gerais (2022): 28,5 milhões de sacas

  • Brasil (2022): 37,2 milhões de sacas

  • Participação exportação MG:BR (2022): 76,7%

2023 – ESTIMATIVA

  • Minas Gerais: 27,5 milhões de sacas

  • Brasil: 54,9 milhões de sacas

  • Participação mineira no cenário Brasil (2023): 50%

DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES DE MG (2022):

  • 1º Alemanha 20,6%

  • 2º Estados Unidos 20,5%

  • 3º Bélgica 9,9%

  • 4º Itália 9,7%

  • 5º Japão 4,7%

  • Demais países (83) 34,6%

Fontes: CONAB, SEAPA, MAPA, CEPEA

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.