Ouvindo...

Boi vivo em navio pode ser proibido no Brasil

Entidades que protegem animais tentam acabar com essa prática de exportação

Alimentação e água ficam à disposição dos animais 24 horas por dia

O Brasil, além de ser o maior exportador do mundo de carnes bovina e frango - não ficando a carne suína muito distante -, muitas vezes tem que utilizar de embarques de animais vivos por meio de navios e aviões quando as cargas precisam atravessar oceanos.

Recentemente, foram embarcados 5.800 bois bois vivos, distribuídos em três navios. O destino foi Rabat, capital do Marrocos, e logo no desembarque da boiada em um frigoríficos, dois bois acabaram escapando pelas ruas da capital marroquina e foi aquela festa.

Observando detalhes, vejam a qualidade do boi que corria pelas ruas! Totalmente saudável, depois de quase 14 horas atravessando o Atlântico. Quase não se notava desgaste no animal que correu quilômetros em Rabat deixando até os camelos boquiabertos.

Esse boi é a prova contundente que há um tratamento todo especial para a boiada que embarca.

Primeiro, os bois escolhidos são colocados em quarentena obedecendo um rigoroso controle de qualidade sanitária. São levados aos navios ou aviões em carretas lacradas para que não haja nenhum risco de contaminação.

Inúmeros currais são instalados no navio para evitar o choque dos animais em grupo, diminuindo o risco de lesões graves. Não há superlotação nos currais obedecendo o espaço normal para a viagem de um bovino. Assim como para passageiros num avião, onde duas pessoas dividem duas cadeiras com 86 centímetros de largura e o espaço necessário para acomodar pernas e e pés.

Alimentação e água ficam à disposição 24 horas por dia, até porque, se o boi perde peso na entrega o valor é outro!

Carga milionária

Vamos falar do embarque de 500 bois reprodutores, de boa linhagem. Estipulando um valor médio de 20 mil reais para cada boi, a carga terá o valor total de 10 milhões de reais, sem contar taxas, frete e outras coisas mais.

Quando falamos de 10 milhões de reais tanto o exportador quanto o importador, todos vão querer cuidar o melhor possível de seu boi, ou alguém pensa que eles não estão nem aí para saúde dos animais? Concordo com a defesa dos bovinos, porém o saudável é ver críticas construtivas e verdadeiras, sem sensacionalismo usando fatos que fogem à realidade.

Em 2018, criou-se uma polêmica entre uma entidade defensora dos animais, os exportadores e alguns deputados porque o caso chegou a Câmara Federal e protestavam contra o embarque de 27 mil bois num só navio para a Turquia. A quantidade não importa! Vale a forma como os animais foram transportados e o tamanho do navio! Em um automóvel leva-se de 4 a 5 pessoas, num ônibus acima de 40.

Um dos integrantes da entidade passou o vídeo de um minuto, e, muita gente chorou, quando foi mostrado um boi sujo de fezes e as interpretações foram surgindo. “Os bois viajam se pisoteando,” “correm riscos de fratura grave”, “de se afogarem nas próprias fezes e urina”. Outros dizem que cada boi ocupa o espaço de um metro quadrado.

Transporte inadequado, claro que existe! Porém, não podemos colocar todos num mesmo balaio para interromper de forma definitiva um segmento de negócio. É de extrema importância que saibamos ouvir profissionais competentes da área, se possível visitar os locais onde tudo acontece para tirarmos conclusões corretas e honestas.

Havendo erros incorrigíveis ou covardes contra os animais, que se coloque a boca no trombone pra valer!

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.