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Desaceleração da economia americana e debate positivo no Senado animam mercados

No Brasil, o diálogo foi a tônica no encontro entre Roberto Campos Neto, Haddad e Tebet. Foi um debate muito civilizado, com todo mundo com foco no país

O dólar, diante desse bom humor do investidor global, caiu firme, mais de 1,5% e fechou a R$ 4,98

A quinta-feira (27) foi um dia interessante para o mercado financeiro global e para o mercado financeiro brasileiro. Os dois eventos principais seriam e foram a divulgação do PIB do primeiro trimestre nos Estados Unidos e um debate entre Simone Tebet, Fernando Haddad e o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto sobre a economia brasileira lá no Senado, e é claro que o foco seria as taxas de juros e o crescimento da economia.

Pois bem, o PIB americano trouxe uma surpresa: uma desaceleração muito maior do que se previa. Esperava-se que o PIB crescesse 2% no primeiro trimestre o crescimento foi de 1,1%.

Aí, você me pergunta como é que uma notícia ruim para a economia, uma desaceleração maior do que se previa é uma notícia boa para a economia. Sim, porque o PIB do primeiro trimestre é passado e ele mostra que o aumento dos juros promovido pelo banco central americano surtiu o efeito, e se a economia desacelerou, os preços estão sendo contidos a inflação está sendo contida, ficando sob controle.

Com isso, no futuro que ainda virá, que não está na no passado, o Banco Central pode parar de subir os juros e até mesmo começar nesse ano ainda um processo de queda na taxa básica de juros dos Estados Unidos, a maior economia do mundo.

Diante dessa expectativa positiva para o futuro, as bolsas dispararam, o Dow Jones subiu quase mais de 1,5%, o SNP quase 2% e o Nasdaq subiu quase 3%, já que também está sendo turbinado pelos bons balanços das big-tex americanas

Brasil

Aqui no Brasil, o diálogo foi a tônica no encontro entre Roberto Campos Neto, Haddad e Tebet. Foi um debate muito civilizado, com todo mundo com foco no país.

Cada um colocou o seu ponto de vista, mas houve aquela percepção de um entendimento entre o Planejamento, a Fazenda e o presidente do Banco Central.

O mercado gostou e uma decisão favorável do STJ ao governo para arrecadação de impostos também trouxe um alívio para nossa bolsa, que só não subiu mais do que 06%, porque as ações da Petrobras caíram e caíram muito.

A reunião do Conselho que aconteceu hoje adiou o pagamento de 50 centavos, a parcela do dividendo, e aprovou três conselheiro, negando a governança da empresa e a própria Lei das Estatais. que impede que membros do Conselho sejam nomeados fora de critérios técnicos, e esses três têm critérios políticos que não poderiam, assim, ser nomeados conselheiros da Petrobras.

Se não fosse a Petrobras, como eu disse, nós teríamos a bolsa em uma alta ainda mais forte.

O dólar, diante desse bom humor do investidor global, caiu firme, mais de 1,5% e fechou a R$ 4,98.

Rita Mundim é Mestre em Administração, Especialista em Ciências Contábeis pela FGV e em Mercado de Capitais pela UFMG, economista pela UFMG, professora da Fundação Dom Cabral. É tambem CFG (Certificação ANBIMA de Fundamentos em Gestão) e CGA (Certificação de Gestores ANBIMA) e Administradora de Carteiras de Valores Mobiliários (CVM). É membro do Conselho de Política Econômica da FIEMG.