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Inovação corporativa: desafios, sucessos e startups

É preciso paciência, estratégia e um compromisso inabalável com a transformação, não apenas tecnológica, mas também cultural e organizacional

Inovação é um termo amplamente discutido em ambientes corporativos, mas a prática muitas vezes esbarra em dificuldades significativas. Recentemente, em uma série de palestras realizadas durante a 2ª edição do Minas Summit, organizado pelo San Pedro Valley, Órbi Conecta e Grupo FCJ, em Belo Horizonte, especialistas abordaram de forma franca os desafios e as ações para implementar inovação dentro das empresas. Com foco em casos reais e bem-sucedidos, eles destacaram a importância de um alinhamento estratégico e de governança para que o processo de inovação ocorra efetivamente.

Para Paulo Emediato, CMO da Oxygea, esse é um tema complexo dentro das corporações: “Um dos pontos mais difíceis da gente conseguir é um alinhamento estratégico e um alinhamento de governança para que o processo de inovação aconteça”. Ele explicou que, constantemente, a inovação pode competir com a atividade principal da empresa, evidenciando ineficiências e propondo novas formas de pensar processos e produtos.

A Oxygea, por sua vez, nasceu da necessidade de uma grande corporação petroquímica em mapear megatendências durante a pandemia. A empresa focou em duas grandes áreas: transformação digital e sustentabilidade. Com um time dedicado, a Oxygea implementa três mecanismos de engajamento e desenvolvimento de startups: Venture Building, Oxygea Labs e Corporate Venture Capital (CVC).

O programa de Venture Building da Oxygea foca na incubação de projetos internos com potencial para se tornarem startups independentes. “A estratégia é inside out, ou seja, de dentro para fora”, explicou Emediato. Já o Oxygea Labs, herdeiro do Braskem Labs, tem uma abordagem única. Em vez de pedir às startups para resolverem problemas da corporação, o foco é apoiar os empreendedores em seus próprios desafios, capacitando-os especialmente em jornadas de captação de recursos.

Com uma abordagem horizontal, a Oxygea conseguiu aumentar significativamente a participação de startups em seus programas, refletindo a eficácia de suas estratégias. “A nossa média histórica subiu de 100 para 324 startups inscritas num programa”, destacou o palestrante, reforçando a importância de estar próximo ao ecossistema de inovação.

Programas para startups

Na corrida por inovação e tecnologia, a Grant Thornton, renomada empresa de auditoria e consultoria, também lançou um programa inovador e gratuito voltado para startups. O objetivo é preparar essas jovens empresas para enfrentar os desafios do mercado e conectar soluções inovadoras.

A Grant Thornton tem se destacado ao oferecer soluções que vão além do seu portfólio tradicional, focando em parcerias que trazem benefícios mútuos. “Acreditamos muito que para ter uma parceria forte, precisamos trazer soluções que não estão no nosso portfólio”, enfatizou o sócio líder do escritório de Belo Horizonte, Daniel Vieira.

“Temos um time multidisciplinar com vasta experiência que ajuda as startups a se preparar para enfrentar o mercado”, destacou Vieira. Além disso, o programa amplia o ecossistema de investimento, conectando startups a uma vasta rede de clientes que buscam soluções inovadoras.

A Grant Thornton identificou que muitas startups, embora possuam produtos tecnológicos promissores, não estão preparadas para lidar com grandes empresas e suas demandas complexas. “A startup tinha o produto, mas não sabia como acessar o cliente ou vender o peixe”, explicou. Com isso, surgiu a ideia do programa destinado a ajudar startups a se estruturarem e crescerem de forma acelerada e sustentável.

No programa de 2023, 12 startups foram selecionadas e passaram por um rigoroso processo de triagem. “Parte dessas empresas fecharam contratos interessantes com nossos clientes”, disse ele, destacando o sucesso do programa.

É claro que a inovação nas empresas tradicionais também tem sido um tema central para gestores e líderes empresariais que buscam se manter relevantes em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo.

Tradicionais devem inovar

Bruno Stefani, com vasta experiência em empresas como Ambev e Itaú, pontua como as empresas tradicionais podem e devem inovar. Ele destacou que a verdadeira inovação está ocorrendo em empresas “ocultas”, aquelas que não estão nos holofotes, mas que lideram seus respectivos setores. Essas empresas, que muitas vezes são familiares e não têm capital aberto, são mestres em identificar e explorar novas oportunidades de mercado.

Outro exemplo destacado foi o caso do Zé Delivery, uma startup criada dentro da Ambev. Lançada em 2015, a plataforma permite que os consumidores recebam cerveja gelada em casa a preços competitivos. Inicialmente, essa inovação parecia contraditória, pois poderia canibalizar as vendas dos bares e restaurantes parceiros da Ambev. No entanto, ao colocar o consumidor no centro de sua estratégia, a Ambev conseguiu criar um novo canal de vendas que atende às necessidades dos clientes de maneira inovadora.

Bruno enfatizou que para inovar, as empresas precisam adotar uma mentalidade de experimentação e estar dispostas a atacar seus próprios negócios principais. Ele destacou que muitas organizações falham em inovar porque têm um excesso de governança e uma falta de estratégia contínua de inovação.

As palestras trouxeram à tona a realidade dos bastidores da inovação corporativa, mostrando que, além de ideias brilhantes, é necessário um ambiente estruturado e alinhado estrategicamente para que a inovação floresça.

Para aqueles interessados em mergulhar no mundo da inovação, a mensagem é clara: é preciso paciência, estratégia e um compromisso inabalável com a transformação, não apenas tecnológica, mas também cultural e organizacional.

Altas lideranças por dentro das tecnologias emergentes - O Órbi Conecta, um dos hubs de inovação mais relevantes do Brasil, está se tornando o ponto de encontro de aprendizados sobre tecnologia em Belo Horizonte. Acaba de anunciar a criação do Órbi Tech Hub, uma iniciativa conduzida por experts em Agilidade, Segurança Cibernética, Inteligência Artificial Generativa e Análise de Dados, do Inter&Co, MRV&Co e Localiza&Co.

O objetivo é formar um grupo de alta performance em tecnologias emergentes, congregando líderes de outras corporações. Já há uma agenda mão na massa, começando com encontros estratégicos neste segundo semestre de 2024, focando na troca de conhecimentos e também em oportunidades de networking.

Minas Summit - A 2ª edição do Minas Summit foi realizada pelo Grupo FCJ, o Órbi Conecta e o San Pedro Valley nos dias 26 e 27 de junho de 2024. Entre os patrocinadores estiveram Anjos do Brasil, ArcelorMittal, Atlantic Hub, Azul Linhas Aéreas, Band Minas/Band News, Be Fly, Belotur/BH, Board Academy, CDL BH, CODEMGE/Governo de MG, Cotemig, CRA MG, Drummond, Eletromidia, Escalab, FGV, Framework, Gasmig, Grant Thornton, Grupo Anima - Una e Casa Uma, Huawei, Integração Ventures, Ops Team, Putz, Sucos Tial, Tik Tok e Yazo.

O Minas Summit 2024 superou todas as expectativas: foram mais de 10 mil participantes durante os dois dias, mais de 1,5 mil representantes de diversas startups de todo o Brasil e mais de R$ 50 milhões gerados em novos negócios. Com cerca de 80 horas de conteúdo, 300 painelistas e 6 palcos simultâneos, o Minas Summit se consolidou como um dos maiores eventos de inovação do país.

Para saber mais sobre o Órbi Conecta e tornar a sua empresa, startup ou projeto parte desse movimento, acesse www.orbi.co.


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O Órbi Conecta é o principal hub de inovação e empreendedorismo digital de Minas Gerais, e agora mantém uma coluna publicada semanalmente às terças-feiras no portal da Itatiaia.
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