O Conselho Deliberativo de um clube de futebol é importante justamente para que o torcedor não tenha a decepção que o cruzeirense está sofrendo nesta quarta-feira (15) com a notícia trazida pelo Lucas Ragazzi de que a Polícia Civil não encontrou irregularidades numa série de negociações (compra e venda de jogadores) do Cruzeiro nos tempos de Wagner Pires de Sá e Itair Machado.
O delegado Magno Machado Nogueira é claro ao indicar que não foi percebida fraude contratual. Por mais que os valores possam ser exagerados, isso não é crime.
A obrigação de barrar a farra era do Conselho Fiscal, órgão mais importante do Conselho Deliberativo, mas que em vários clubes de futebol tem o caráter decorativo.
Todos os integrantes do Conselho Fiscal do Cruzeiro nas últimas décadas são “cúmplices” da situação a que o clube chegou, pois não cumpriram com o papel que cabia a eles.
A associação deu prejuízo numa temporada, por gastar mais do que arrecadou, o sinal de alerta precisa ser acionado. A situação persistiu, a diretoria tinha que ser cobrada ou destituída.
Mas a parceria do carteado, do churrasco, da confraria, sempre foi prioridade. Uma verdadeira ação entre amigos.
“Sendo o Cruzeiro Esporte Clube uma entidade de direito privado, entendemos que as questões contratuais devem ser resolvidas através de outros ramos do direito. Destaca-se que não foram encontrados fatos típicos dentro os contratos analisados, razão pela qual não encontramos elementos de convicção para proceder o indiciamento dos investigados”.
Essa é uma parte do relatório final da Polícia Civil que evidencia que o Conselho Deliberativo foi omisso e colaborou, por décadas, para que o clube vivesse hoje a situação dramática que se encontra.