No Zoológico de Belo Horizonte, na Pampulha, uma nova moradora foi anunciada na semana passada: uma fêmea de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), vinda do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ). É a primeira vez que a instituição abriga essa espécie de primata, considerada criticamente ameaçada de extinção. Para completar, o Zoo já está em processo de aquisição de um macho.
A informação foi publicada pela Prefeitura de BH na semana passada. No momento, ela permanece em quarentena, em um espaço reservado, e ainda não pode ser vista pelo público.
O procedimento é obrigatório e essencial para garantir que o animal esteja saudável e bem adaptado ao novo ambiente. Durante esse período, a primata é acompanhada diariamente pela equipe de veterinários e biólogos do Zoo, que realizam exames, avaliações clínicas, ajustes na dieta e monitoramento do comportamento.
Nativo da Amazônia, o sauim-de-coleira tem uma distribuição geográfica bastante restrita: cerca de 7,5 mil km², abrangendo apenas os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, no Amazonas. Trata-se de uma das menores áreas de ocorrência conhecidas entre os primatas brasileiros.
Espécie em risco
O sauim-de-coleira está incluído nas Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas de Extinção como “criticamente em perigo”.
Segundo informações divulgadas pela Prefeitura, as principais ameaças à espécie são a expansão urbana, a destruição e fragmentação do habitat pelo desmatamento e queimadas, assentamentos rurais, poluição, predação por cães e captura para criação como animal de estimação. Além disso, fatores relacionados à malha viária — como atropelamentos e choques elétricos em redes urbanas — também comprometem sua sobrevivência.
