A jovem Hadassa Reis, de 24 anos, mineira de Contagem, na Grande BH, passou meses de incerteza até descobrir, em julho deste ano, que tinha um câncer raro e agressivo. O que começou como uma dor no quadril, inicialmente confundida com problema no nervo ciático e depois diagnosticada como fratura na bacia após um acidente de moto, se revelou um tumor maligno. Após dez dias de internação, ela recebeu o diagnóstico de osteossarcoma condroblástico grau III. Desde então, compartilha parte da luta contra a doença em seu perfil no Instagram. Somente um vídeo publicado por ela nesta semana já ultrapassa 240 mil visualizações.
Em entrevista à Itatiaia nesta quarta-feira (27), Hadassa relatou o processo da descoberta e os desafios do tratamento. “Eu estava tirando carteira de moto e, ao fazer exames devido à fratura, descobriram o tumor. Fiquei dez dias internada e, desde então, comecei a quimioterapia”, contou Hadassa.
Segundo a jovem, o câncer é raro e agressivo, mas ainda não apresenta metástase. O tratamento inclui ciclos de quimioterapia e cirurgia. Hadassa enfrentou efeitos colaterais severos, como imunidade baixa, hepatite, apagões, perda de fala, reações alérgicas a medicamentos e depressão.
“Só descobri por causa da fratura, então em tudo vejo o cuidado de Deus”, disse. Em um dos vídeos, a mineira detalhou como foi o processo da queda de cabelo, efeito colateral da quimioterapia. Hadassa decidiu raspar o cabelo, em um gesto que ela mesma descreve como “o maior sacrifício de sua vida”. Após o processo, ela doou o cabelo.
Mineira mostrou como foi a fratura e como o processo sobre tirar a carteira de moto virou um “pesadelo”.
Plano de saúde e custeio do tratamento
Ela possui plano corporativo da Unimed, mas coparticipativo, custeando parte do tratamento, além de medicação e deslocamento, já que mora em Ibirité, também na Grande BH e realiza os procedimentos no centro de Belo Horizonte.
Espera pelo INSS e apoio solidário
Hadassa aguarda há quase dois meses a análise do pedido de benefício por incapacidade junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem ter passado ainda por uma perícia médica. A reportagem entrou em contato com o órgão para saber sobre o processo e aguarda um retorno.
De acordo com Hadassa, atualmente ela conta com apoio jurídico e campanhas solidárias, como rifas e vaquinhas online, para custear o tratamento. A vaquinha online para ajudar Hadassa está disponível
Osteossarcoma
Segundo o Ministério da Saúde, o osteossarcoma é um câncer ósseo raro e agressivo, caracterizado como tumor maligno. A doença está comumente associada a dor local e alterações ósseas. Como o tumor tem maior prevalência nas pernas, alterações na forma de andar estão entre as principais queixas.
“Como em todos os tipos de câncer, o melhor prognóstico se dá quando o diagnóstico é feito na fase mais precoce da doença, quando as respostas aos tratamentos são mais promissoras”, destaca o órgão. Os principais sintomas podem surgir no local do tumor, como dor, inchaço, redução da mobilidade da articulação envolvida e fraturas. Em alguns casos, os sintomas iniciais são confundidos com algum tipo de trauma, o que pode retardar o diagnóstico. Eles podem aparecer semanas ou meses antes da confirmação da doença, já que são semelhantes a outros problemas de saúde mais comuns.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de imagem, como raio-x, ressonância magnética (RNM) ou tomografia computadorizada (TC) do osso afetado. O diagnóstico definitivo é confirmado por biópsia, que consiste na remoção de uma amostra de tecido para análise em laboratório.