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Sífilis: Betim registra aumento de casos em 2024, aponta Secretaria Municipal de Saúde

Jovens adultos e homens são os mais afetados; cidade reforça ações de prevenção e testagem gratuita

Sífilis

O número de casos de sífilis em Betim, na Grande BH, aumentou. De acordo com dados de 2024, o grupo mais afetado foi o de pessoas entre 20 e 34 anos, com 433 notificações.
A maioria dos diagnósticos foi registrada em homens, que somam 509.

O crescimento é atribuído a uma combinação de fatores, como o desconhecimento sobre a doença, a desigualdade no acesso aos serviços de saúde, o racismo institucional e o estigma que ainda cerca a infecção.

A doença

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, se não tratada Adequadamente, pode levar a complicações graves de saúde.

Contudo, ela tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Além da testagem, os serviços municipais também distribuem preservativos masculinos e femininos, gel lubrificante e material educativo.

“A sífilis continua sendo um problema de saúde pública relevante. Embora tenha cura, a doença exige prevenção consciente, testagem regular e tratamento completo. Testar, tratar, curar e monitorar são as etapas fundamentais, e o SUS oferece todos os recursos gratuitamente”, destaca a referência técnica do Programa IST/AIDS e Hepatites Virais, Júpiter Cruz.

Sintomas

Estágio da sífilis:

  • Primária: apresenta uma úlcera única, geralmente indolor, no local de entrada da bactéria — como genitais, boca ou ânus — e pode ser acompanhada de ínguas nas virilhas.
  • Secundária (de 6 semanas a 6 meses após a infecção): manifesta-se com erupções na pele, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés, febre, mal-estar, dor de cabeça, dores nas articulações e aumento dos linfonodos.
  • Latente: nesta fase, não há sintomas aparentes, mas a infecção ainda pode ser transmitida e evoluir de forma silenciosa.
  • Terciária (em casos sem tratamento adequado): pode causar danos ao sistema nervoso, coração, olhos, ossos e pele, resultando em demência, paralisia, problemas cardíacos e até óbito.
  • Nas gestantes, a infecção pode resultar em sífilis congênita, provocando aborto, parto prematuro, malformações, anemia, pneumonia ou sequelas neurológicas graves no bebê.

Prevenção

O controle da sífilis depende de ações individuais e coletivas. As principais formas de prevenção incluem:

  • Uso correto de preservativos (masculinos ou femininos) em todas as relações sexuais, inclusive no sexo oral – disponíveis gratuitamente no SUS.
  • Testagem regular, especialmente após exposição de risco ou surgimento de sintomas – o teste rápido está disponível nas UBSs e no Sepadi, com resultado em até 30 minutos e sem necessidade de agendamento.
  • Acompanhamento no pré-natal: gestantes devem realizar ao menos três exames durante a gestação. Em caso positivo, o tratamento deve incluir a gestante e o parceiro para evitar reinfecção.
  • Tratamento com penicilina benzatina, também oferecido pelo SUS, com acompanhamento médico até a cura completa. Bebês expostos durante a gestação também são monitorados e tratados, quando necessário.
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Alex Araújo é formado em Jornalismo e Relações Públicas pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e tem pós-graduação em Comunicação e Gestão Empresarial pela Universidade Pontifícia Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Já trabalhou em agência de publicidade, assessoria de imprensa, universidade, jornal Hoje em Dia e portal G1, onde permaneceu por quase 15 anos.