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‘Perdi a força’, diz mãe de menina que perdeu a perna após ser vítima de bala perdida em BH

A família espera conseguir fundos para bancar uma prótese, gastos com fisioterapia e remédios. Adolescente foi vítima de bala perdida enquanto estava em uma festa no aglomerado da Ventosa

Família de adolescente que perdeu a perna após ser vítima de bala perdida em Belo Horizonte faz vaquinha para arcar custos de prótese

A família de Isabelly Kimberly Nunes dos Santos, de 13 anos, arrecada recursos para custear uma prótese, gastos com fisioterapia e remédios. A adolescente teve a perna amputada após ser vítima de bala perdida no aglomerado da Ventosa, na Região Oeste de Belo Horizonte, na madrugada do dia 10 de agosto.

Cerca de 12 dias depois de ser baleada, Isabelly se recupera no Hospital Infantil João Paulo II, no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A mãe da adolescente, Kenia Vieira dos Santos, 38 anos, conta que a família trabalha o lado psicológico de Isabelly, que também está em tratamento fisioterapêutico.

“Graças a Deus, vai a perna, mas fica a vida. O psicológico é o que a gente tem que tratar melhor. Ela está sentindo muita dor. Eles falam que é homeopática, que é do membro, que já não existe mais e ainda sente a dor. Mas, no mais, ela tá se recuperando muito bem”, relata Kenia dos Santos à Itatiaia.

Isabelly estava em uma festa quando levou o tiro

Em entrevista ao programa Itatiaia Agora, a mãe de Isabelly relatou que a filha estava em uma festa no aglomerado da Ventosa com as amigas quando foi atingida pela bala perdida. Segundo Kenia dos Santos, inicialmente, Isabelly iria para uma festa junina no local. No entanto, perto das 21h, foi comunicado que o evento não iria acontecer.

Ainda segundo a mãe da adolescente, apesar da festa junina não ter acontecido, algumas pessoas colocaram uma caixa de som no local e Isabelly continuou no evento. “Todo mundo já estava no embalo da festa junina e, quem estava, já ficou. A minha menina ficou. Estava ela e as amiguinhas, todo mundo da mesma idade dela”, explica Kenia dos Santos.

A mãe conta que dormiu enquanto esperava a filha e acordou com gritos no portão. “Quando eram umas 3h/4h30, eu acordei com minha menina gritando no portão. Eu achei que tinha acontecido alguma coisa com ela”, conta.

Os gritos não eram de Isabelly, mas de uma amiga, que contou para Kenia sobre a bala perdida. “Nisso, eu perdi a força todinha. Porque ela só tem 13 anos e a gente nunca imagina, né”, relembra a mãe da menina.

Assim que ficou sabendo que a filha havia sido baleada, Kenia pegou a identidade e foi para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde Isabelly estava sendo atendida. “Conversei com ela, conversei com os médicos. Ela já estava sendo medicada e rapidinho achou uma vaga lá no João XXIII”, relata.

No mesmo dia, a adolescente passou por uma cirurgia de 14 horas. Após o procedimento, a mãe relata que o ‘batimento cardíaco’ [sic] na perna de Isabelly estava muito fraco. “Ela foi para o CTI do João infantil, e logo em seguida, ela já não mexia mais a perna, porque ela já estava com um batimento muito fraquinho.”

“Os médicos passaram no outro dia de manhã, na segunda, e falaram: a gente observou a perna dela, tirou a faixa e deixou bem claro que ela já estava sem movimento e ela podia ter que amputar a perna. Na hora, eu desesperei bastante”, continua a mãe.

Vaquinha para arrecadar fundos

A família agora busca conseguir fundos para bancar a prótese, os custos com medicamentos e com o tratamento fisioterapêutico. É possível ajudar a Isabelly por meio do Pix: ajuda.isabeela@gmail.com

“A gente está fazendo essa campanha para a prótese dela. Lá no hospital, ela está tendo todo esse amparo. Só que depois que ela sair, a gente tem que procurar saber sobre a prótese, sobre o psicólogo”, detalha Kenia dos Santos.

Tiroteio em aglomerado

Além da Isabelly, outras três pessoas ficaram feridas em um tiroteio no Aglomerado da Ventosa, na Região Oeste de Belo Horizonte, na madrugada do dia 10 de agosto. Na ocasião, por volta das 3h, militares faziam um patrulhamento no local, quando ouviram disparos de arma de fogo. Em seguida, outra equipe avisou que havia socorrido uma vítima de disparos.

Testemunhas no local avisaram aos militares que estavam em um baile funk quando, em determinado momento, dois homens começaram a discutir. Na sequência, um veículo modelo Ford Ka branco passou e os ocupantes fizeram disparos em direção aos presentes, fugindo em sequência.

Nenhuma das testemunhas soube identificar os envolvidos na discussão ou ocupantes do carro. O veículo utilizado no crime foi localizado na Estrada do Cercadinho, na altura do bairro Jardim América.

Quatro pessoas ficaram feridas. Um homem e uma mulher, ambos de 23 anos, tiveram escoriações leves. Uma mulher de 22 anos teve uma perfuração na coxa esquerda, enquanto a adolescente de 13 anos teve duas perfurações em cada coxa.

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Allãn Passos é jornalista, nascido em Mariana, formado pela UFOP em 2012. Atuou como assessor de comunicação na Prefeitura de Mariana e na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Entre 2015 e 2018 foi repórter aéreo de trânsito. Desde abril de 2018 é editor e apresentador do Jornal da Itatiaia Noite. Integrante do PodTudo, atua como repórter e apresenta os programas Chamada Geral e Plantão da Cidade nas férias e folgas dos titulares.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.