Ouvindo...

Adolescente baleada em BH quase foi atropelada antes de discussão de trânsito, diz família

Parente diz que carro passou muito perto das irmãs, no bairro Jardim Alvorada, Região Noroeste de Belo Horizonte, pouco antes do ataque

Hospital Odilon Behrens

A família da adolescente baleada no rosto em uma discussão de trânsito, em BH, nessa terça-feira (30), contou que o carro onde estava a autora do tiro quase atropelou a vítima e a irmã logo antes do ataque.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.), a adolescente caminhava com a irmã, de 25 anos, pela Rua Flor da Noiva, bairro Jardim Alvorada, Região Noroeste de Belo Horizonte, próximo a uma padaria, quando um Fiat Palio prata passou muito perto das duas, quase as atingindo.

Segundo a família, a irmã mais velha estava com movimentos limitados devido a uma cesariana. Ao quase ser atropelada, disse aos ocupantes do carro: "Ô, gente, eu tô operada”, tentando justificar a lentidão ao atravessar. A jovem de 17 anos interveio para defendê-la, questionando o motorista: “Que isso, quase atropela ela!?”

A discussão continuou e, conforme o registro policial, o motorista parou o carro em frente à padaria. Nesse momento, a passageira, também de 17 anos, sacou um revólver e atirou contra o rosto da adolescente. “Ela só não morreu porque virou o rosto”, relatou a tia, que pediu para não ser identificada.

A vítima foi socorrida e levada ao pronto-socorro do Hospital Odilon Behrens. O disparo entrou pela bochecha e saiu pelo pescoço, sem atingir órgãos vitais. Segundo os médicos, ela não corre risco de morte.

As irmãs seguiam para uma farmácia, onde a mais velha iria medir a pressão arterial, já que teve pré-eclâmpsia. Depois, a vítima planejava ir ao jogo do Atlético, para o qual havia ganhado ingressos.

Leia também

Suspeitos

Moradores da região indicaram aos policiais quem seria a autora do disparo e onde ela morava. A jovem suspeita não foi encontrada em casa, mas falou por telefone com os militares, afirmando que se apresentará após o período de flagrante. A tia das vítimas acredita que os agressores são conhecidos no bairro.

Intolerância

“Isso tudo é a ignorância de hoje em dia. As pessoas se acham melhores do que as outras e só olham para o próprio umbigo”, lamentou a tia.

Ela comparou o caso à morte de Laudemir de Souza Fernandes, gari assassinado em 11 de agosto de 2025, no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, durante o trabalho de coleta de lixo. “Lembrei dele, eu falei que lembrei. Eu disse que hoje em dia as pessoas não estão parando para raciocinar as coisas”, acrescentou.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que informou ter enviado a perícia ao local para coleta de vestígios e informações que vão subsidiar a investigação.

“As diligências seguem em andamento e, até o momento, nenhum suspeito foi encaminhado à delegacia”, informou a corporação.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.