Ouvindo...

Tia de jovem baleada em discussão de trânsito em BH compara caso à morte do gari Laudemir

Parente fala em egoísmo e violência; jovem de 17 anos foi atingida no rosto em discussão no Jardim Alvorada, na Região Noroeste de BH

Foto do Laudemir, morto em BH; imagem de Rua Flor da Noiva

A família da jovem de 17 anos baleada no rosto após uma discussão de trânsito, no bairro Jardim Alvorada, Região Noroeste de Belo Horizonte, nessa terça-feira (30), acredita que o crime foi motivado pela intolerância e pelo egoísmo.

“Isso tudo é a ignorância de hoje em dia. As pessoas se acham melhores do que as outras e só olham para o próprio umbigo”, lamentou a tia, que pediu para não ser identificada.

Ela comparou o caso ao do Laudemir de Souza Fernandes foi morto em 11 de agosto de 2025, no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, durante o trabalho de coleta de lixo. “Lembrei dele, eu falei que lembrei. Eu disse que hoje em dia as pessoas não estão parando para raciocinar as coisas”.

Como aconteceu

Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), a adolescente caminhava com a irmã, de 25, pela Rua Flor da Noiva, próximo a uma padaria, quando um Fiat Palio prata passou muito perto das duas, quase as atingindo.

Segundo a família, a mais velha, tinha passado por uma cesariana recentemente e estava com movimentos limitados. Ao quase ser atropelada, disse aos ocupantes do carro: "Ô, gente, eu tô operada”, tentando justificar a lentidão ao atravessar. A irmã de 17 anos interveio para defendê-la, questionando o motorista: “Que isso, quase atropela ela?”

A discussão continuou e, segundo o registro policial, o motorista parou o carro em frente a uma padaria, e a passageira, também de 17 anos, sacou um revólver e atirou contra o rosto da adolescente. “Ela só não morreu porque ela virou o rosto”, explicou a tia.

A vítima foi socorrida e levada ao pronto-socorro do Hospital Odilon Behrens. O disparo entrou pela bochecha e saiu pelo pescoço, sem atingir órgãos vitais. Segundo os médicos, ela não corre risco de morte.

Leia também

As irmãs seguiam para uma farmácia, onde a irmã ia medir a pressão arterial, já que teve pré-eclâmpsia. Depois, pretendia ir ao jogo do Atlético, para o qual havia ganhado ingressos.

Suspeitos

Moradores da região apontaram aos policiais quem seria a autora do disparo e onde ela morava. A jovem suspeita não foi encontrada em casa, mas falou por telefone com os militares, afirmando que se apresentará após o período de flagrante. A tia das vítimas acredita que os agressores são conhecidos do bairro.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que informou ter enviado a perícia ao local para coleta de vestígios e informações que vão subsidiar a investigação.

“As diligências seguem em andamento e, até o momento, nenhum suspeito foi encaminhado à delegacia”, informou a corporação.

Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.