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Colega escreve ‘negro’ e ‘macaco’ no caderno de criança em escola em Minas

A família da vítima procurou a Polícia Militar e registrou um boletim de ocorrência após o episódio

Colega escreve ‘negro’ e ‘macaco’ no caderno de criança em escola em Minas

Uma criança de 12 anos foi vítima de injúria racial dentro da escola em que estuda em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Um colega escreveu as palavras “negro” e “macaco” em seu caderno.

O caso aconteceu na Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco na última quarta-feira (7). Após o episódio, a família registrou um boletim de ocorrência.

No documento, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) registrou que a vítima sofreu, nos últimos meses, diversas injúrias raciais e outras formas de bullying vindas de um de seus colegas, também de 12 anos.

No entanto, o menino não soube informar o autor das ofensas no episódio do caderno.

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A mãe da criança foi chamada na escola após o filho receber uma advertência. Na ocasião, ele alegou que estava sendo alvo de racismo pelo colega e o chamou de “orelhudo” em resposta.

O professor, então, o advertiu, mas nada fez com o outro estudante. O docente relatou que não havia visto os fatos anteriores.

A família da vítima procurou uma advogada para atuar no caso, que foi quem orientou a realização do boletim de ocorrência.

Consta no registro que, após o acionamento da Polícia Militar, o diretor da escola chamou o pai do autor e suspendeu a criança.

Secretaria de Educação se posiciona

Em nota enviada à Itatiaia, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) reiterou que “repudia qualquer forma de discriminação racial, étnico-racial, preconceito ou racismo” e afirmou que “a escola é, e deve ser, um espaço de paz, de respeito e de aprendizado para todos”.

A secretaria informou que “todas as providências necessárias foram prontamente adotadas pela direção da unidade de ensino”. Os pais dos envolvidos foram convocados para uma reunião com a diretoria da escola e a equipe do Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE).

Além disso, o órgão reforçou medidas realizadas para o combate do bullying e do racismo, como palestras educativas e o Projeto Socioemocional.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.