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MTST invade obras do metrô de Belo Horizonte nesta segunda-feira

Pessoas que vivem nas casas que serão retiradas para obras relatam ofertas baixas pelas casas e pedem diálogo com a concessionária; PM foi acionada pela Metrô BH

Na manhã desta segunda-feira (17), cerca de 30 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam trechos das obras da Linha 2 do metrô de Belo Horizonte, próximo à Avenida Amazonas. O protesto denunciou remoções forçadas de moradores e exige negociações com o governo de Minas e a Metrô BH, concessionária que administra o transporte por trilhos na capital.

Os manifestantes reivindicam reassentamento para todas as famílias afetadas, indenizações justas e maior transparência no processo. A ocupação conta com cerca de 20 pessoas e é acompanhada por pela Polícia Militar. O movimento afirma que a manifestação continuará até que haja um diálogo efetivo e soluções concretas para os atingidos.

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A representante dos moradores afetados, Poliane Cristina Furtado, disse que os moradores estão dispostos a manter o protesto até que haja um acordo justo.

“Há quase dois anos a Metrô BH selou a casa da gente com a promessa de que a gente seria removido e teríamos uma casa pra morar. Essa semana, eles, quase dois anos depois, chegaram batendo na porta dos moradores com uma proposta indecente de 15, 20, 30 mil reais pras pessoas deixarem a suas casas. A gente não tem condições hoje de falar que com R$ 15 mil você adquire uma nova casa. Pode ser em qualquer lugar que for”.

A principal reivindicação dos moradores é a garantia de um novo lar antes da desocupação. “A gente vem pedir hoje a Metrô BH que ela entre em uma mesa de negociação com as famílias e entregue uma chave pela outra chave. A gente entrega a chave da casa da gente e eles entregam a chave da nova moradia para gente morar”.

Os moradores afirmam que não deixarão o local até que uma solução seja encontrada. “Nosso intuito não é sair. Se precisar de um dia, uma semana, um mês, nós viemos preparados pra ficar. Só saímos daqui com essa mesa de negociação”, diz Poliane.

O que diz a Metrô BH?

Em nota, a Metrô BH confirmou que as famílias ocuparam as obras e a PM foi acionada pela própria empresa. A concessionária ainda manifestou ‘preocupação com a segurança das pessoas no local, já que é um canteiro de obra’.

De acordo com a empresa, os contatos sobre as propostas nas casas são feitos individualmente ‘por meio dos canais de comunicação já estabelecidos’.

Confira a nota completa:

“Na manhã desta segunda-feira, cerca de 30 manifestantes invadiram as obras da Estação Amazonas, da Linha 2 do Metrô BH. A Empresa já acionou a Polícia Militar, aguarda a ação do órgão e está tomando outras medidas cabíveis. O Metrô BH manifesta sua preocupação com a segurança das pessoas no local, já que é um canteiro de obras.

A Concessionária informa que, para o processo de desocupação das casas construídas irregularmente na faixa de domínio, já foi realizado o mapeamento da área e das benfeitorias, após entrevistas com os moradores. Também iniciou-se as negociações com os titulares de benfeitorias. O Metrô BH reforça que qualquer contato pode ser feito de forma individualizada, por meio dos canais de comunicação já estabelecidos”.

Tem mais de 27 anos de experiência jornalística, como gestor de empresas de comunicação em Minas Gerais. Já foi editor-chefe e apresentador de alguns dos principais telejornais do Estado em emissoras como Record, Band e Alterosa, além de repórter de rede nacional. Foi editor-chefe do Jornal Metro e também trabalhou como assessor de imprensa no Senado Federal, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Sesc-MG. Na Itatiaia, onde está desde abril de 2023, André é repórter multimídia e apresentador.
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