O médico-cirurgião plástico Marcelo Regianni disse que não houve intercorrência que indicasse complicação durante a cirurgia d
A cirurgia plástica foi realizada na quinta-feira (13), em um hospital-dia (serviço de saúde que oferece atendimento médico a pacientes que não precisam ficar internados) na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
De acordo com os familiares, durante o processo de anestesia na cirurgia plástica a traqueia de Claudineia teria sido perfurada. No entanto, os médicos não teriam constatado o erro e continuaram a cirurgia. Claudineia morreu nesse sábado (15).
Segundo a nota do médico, as intervenções foram feitas sob anestesia geral, que exige intubação. Isso porque anestesia peridural não foi completamente eficaz. “Ou seja, não houve perfuração da traqueia da paciente pelo cirurgião plástico”, disse a nota enviada à Itatiaia neste domingo (16). A intubação foi realizada pela anestesista.
A anestesista mencionou ao cirurgião algumas hipóteses para a perfuração da traqueia. “Entre elas, estão possíveis lesões causadas pela guia utilizada para a intubação ou ruptura provocada pelo próprio tubo”, informou.
Ainda conforme o pronunciamento, a equipe não identificou intercorrência durante o procedimento. “Duas horas após a internação no quarto, a equipe observou inchaço na face da paciente, compatível com um quadro de anafilaxia (reação alérgica), disse.
Diante da evolução do quadro, o cirurgião recomendou a internação emergencial em um hospital com maior estrutura. “Durante todo o período após a cirurgia, ele manteve contato próximo com a família, prestando apoio de forma ética e empática”, informou a nota.
Período de carência do plano de saúde
Para Marcelo, o agravamento do quadro ocorreu após a recomendação de transferência pelo cirurgião, quando a paciente deu entrada no Pronto-Atendimento do hospital do lado. “Durante o atendimento, a equipe de plantão também suspeitou de anafilaxia e conduziu o tratamento com base nesse diagnóstico”, disse a nota.
No entanto, como a operadora de saúde da paciente não era aceita pelo hospital, a família optou por transferi-la para o Pronto Atendimento do Hospital MedSênior, na Pampulha. “Como não havia risco imediato à vida, as equipes do Hospital Lifecenter e do cirurgião apoiaram a transferência”, afirmou.
Após a realização de uma tomografia, foi identificada lesão na traqueia e recomendada a internação para cirurgia torácica. “No entanto, devido ao período de carência do plano de saúde da paciente e à ausência de risco iminente à vida naquele momento, a recomendação foi transferi-la para um hospital público (SUS)”, acrescentou.
Ele ainda disse que o pedido de duas ambulâncias pirou o quadro de Claudineia. “Nesse ponto, a operadora já havia acionado uma ambulância para a transferência. Inicialmente, a família recusou a remoção, mas, após nova avaliação da necessidade, aceitou. Entretanto, foi necessário acionar outra ambulância, o que resultou em um atraso de aproximadamente duas horas na transferência para o Hospital Alberto Cavalcanti, no bairro Padre Eustáquio, na sexta-feira (14).”
A paciente passou por um procedimento pela cirurgia torácica mais invasiva, sofreu duas paradas cardíacas e morreu.
A Itatiaia conversou com Adinelson Valadares, viúvo da vítima, pediu por Justiça. “Ela era meu tudo. Deixou dois netos e dois filhos. O que eu quero agora é justiça para reparar. Essa perda não vai voltar, mas que outras pessoas não tenham o mesmo problema que ela teve”, disse o viúvo.