Natural de Caldas Novas, em Goiás, o corretor de imóveis César Diego se ajoelhou assim que pisou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, e agradeceu. O brasileiro - que ficou quatro meses detido - é um dos passageiros que chegou ao país nessa sexta-feira (7) após ser deportado dos Estados Unidos (EUA). A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou alguns dos 111 passageiros que chegaram em Fortaleza na tarde de ontem.
César explica que foi preso em 1º de outubro e descreve o momento como “horrível”, de “muito sofrimento” e “doloroso”. Porém, ao chegar ao Brasil, foi recebido com “o amor que todo brasileiro tem”, o que o emocionou.
Sobre a travessia, ele detalha: “Muito sofrimento, muito perigo. Fiquei dois meses no México. Fui à pé, de ônibus, carona, bicicleta...”.
Assim como a maioria dos brasileiros, a intenção era buscar uma vida melhor no país. “Trabalhar pra dar uma vida melhor pra minha família no Brasil, mas nossa riqueza está aqui e isso eu tiro de experiência”.
Ele contou ainda estar arrependido de ir ilegalmente para os EUA e acredita que “todos” que estiverem na mesma situação também serão deportados.
Voo com deportados
Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o embarque dos brasileiros nos Estados Unidos foi acompanhado por diplomata do Consulado-Geral em Houston.
Em Confins, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou o Posto de Acolhimento aos Repatriados para garantir que tenham acesso à internet gratuitamente, carregador de celular e canais para que possam entrar em contato com os familiares e obter orientações sobre serviços públicos de saúde, assistência social e trabalho.
Este foi o segundo voo de deportados dos Estados Unidos desde a posse do presidente Donald Trump, em janeiro deste ano.