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Vídeo: Bonde dos Travessos, grupo que viveu boom de boates em BH, lamenta fechamentos

Bonde dos Travessos não se apresenta em BH desde 2020

Formado por jovens dos bairros Jaraguá e Tupi, em Belo Horizonte, no ano de 2009, o Bonde dos Travessos viveu o boom das boates da capital. O grupo, formado por Andrezinho, Otávio, Bruninho, Pedrinho e Faelzinho, continua ativo, mas atualmente faz uma apresentação por semana. Todas fora da capital, onde fez o último show em 2020.

Reportagem especial da Itatiaia mostrou que o número de boates na capital caiu consideravelmente nos últimos anos, situação lamentada por Andrezinho, vocalista do Bonde dos Travessos.

“Bwana Pub a gente fazia show direto. Eram cinco shows por semana, a gente repetia boate”, lembra Andrezinho. “Boate Phoenix, Edson que era o gerente, a gente fazia direto, toda semana. Na boate Cocobongo, que fechou e virou Bar Brasil depois, fomos o primeiro grupo masculino no estilo Havaianos e Bonde do Tigrão, a cantar na Cocobongo”, disse.

O Bonde dos Travessos foi criado, inicialmente, para ser cover do Bonde do Tigrão, grupo de funk carioca formado em 1999 no Rio de Janeiro, e que ficou famoso com batidão Cerol na Mão.

Swingers, Phoenix, Alambique, Hippodromo e Floricultura são alguns exemplos de boates que fizeram história na noite da capital mineira. A mudança do perfil dos baladeiros é reforçada na geração Z, que são os nascidos de 95 a 2010, e pode ter vários fatores, entre eles a redução no consumo de álcool entre jovens de 18 a 24 anos.

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Guilherme Drager Mourão, que trabalha com eventos há mais de uma década e é sócio de uma empresa de drinks na capital, observa que, além da questão geracional, o fechamento de boates em BH tem mais componentes.

“De fato, existe uma carência na cena noturna de Belo Horizonte por boates. Existem algumas casas de show, uma ou outra boate que atendem públicos específicos. A grande maioria das boates que a gente teve fecharam na última década. Parece que, além do mercado ter mudado, as normas que a gente tem hoje sobre estudos de impacto vizinhança, atrapalham ainda mais o surgimento e continuidade desse tipo de estabelecimento”, apontou.

O Dj Rodrigo Piu Piu conhece bem a história de boates de BH. Ele também percebe mudança no perfil dos baladeiros, especialmente depois da pandemia de Covid-19.

“Antes da pandemia, as casas funcionavam com muito mais força. Depois da pandemia, o pessoal aprendeu uma nova forma de diversão. Além disso, foi muito complicado porque a geração mudou, a cabeça das pessoas mudou e a fiscalização ficou mais forte. Então, para a casa noturna conseguir se segurar e administrar, ficou mais difícil, principalmente em questão de custos”, disse o Dj.

Rodrigo avalia que as mudanças no perfil dos jovens reflete no mercado. Por isso, é preciso se adequar. “O DJ que não soubesse reciclar, ele tá morto no mercado. A pessoa tem que aprender a reciclar. Eu, por exemplo, sou um DJ do funk e estou mesclando para uma outra área, que é a de piseiro, sertanejo e forró. Então, a metamorfose tem que ser eterna”, concluiu.


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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
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