Câmeras de segurança registraram um
furto “relâmpago” de um veículo modelo Hilux, cor prata, no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte. O crime aconteceu na tarde de terça-feira (17), e é um dos milhares de furtos que a capital mineira já registrou em 2024.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais, até julho deste ano, BH contabilizou 5.315 furtos a veículos. No mesmo período, foram 13.717 furtos registrados em todo o estado.
Nas imagens, é possível visualizar a aproximação de um homem, de aparência jovem, que usava camisa preta e bermuda jeans. O homem ronda o carro, visualiza os arredores e, em menos de 15 segundos, destrava a porta da Hilux, dá partida e conclui o furto.
A Hilux funcionava com uma chave keyless, também chamada de chave por aproximação. O sistema, considerado mais seguro que a chave tradicional, permite desbloquear e ligar o carro sem a necessidade de tocar na chave física.
Como os criminosos conseguiram burlar tecnologia e ligar carro?
O engenheiro elétrico e instrutor de formação profissional do Centro Automotivo do Senai, Warlley Oliveira, explica que há algumas hipóteses sobre como os criminosos agiram.
“Tem uma prática antiga que o pessoal conseguia, através de um receptor, capturar o código da chave no momento em que a pessoa ligava ou desligava o carro. Aí eles conseguiam pegar esse código. Outra prática que também já foi divulgada era que os criminosos pegavam as centrais do mesmo modelo de carro, só que com o sistema já desbloqueado. Aí ele entrava no carro e trocava a central do veículo pela outra que estava desbloqueada. Pode ser ainda que eles clonaram essa chave de presença. Então, são inúmeras possibilidades. Cabe a polícia investigar esse furto e descobrir o que realmente aconteceu”, comenta o engenheiro.
Chaves Keyless são mais inseguras que as tradicionais?
Apesar dos frequentes furtos a veículos com a tecnologia keyless, o especialista garante que elas ainda são mais seguras do que as chaves físicas. No entanto, ele ressalta que na medida em que a tecnologia avança, os criminosos também aprimoram as maneiras de burlá-la.
“Antigamente, a gente tinha apenas o segredo mecânico. Aí com o avanço da tecnologia, apareceu o segredo eletrônico. Assim como o WhatsApp, por exemplo, que criptografa as mensagens trocadas no aplicativo, o mesmo acontece na chave. Então, a chave vai enviar esse código para o carro e o carro vai se comunicar com essa chave através de mensagens criptografadas. É algo seguro sim. Com a evolução dessas chaves codificadas, os códigos vão trocando com o passar do tempo, ou seja, a medida que você vai utilizando. Esses códigos às vezes ficam criptografados, passam a mensagem criptografada. Só que a medida que a tecnologia avança, o crime também avança tentando burlar esses sistemas”, explica Oliveira.
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