Trabalhadores que usam diariamente um dos elevadores no edifício Mirafiori, no Centro de Belo Horizonte, relataram à Itatiaia que os equipamentos sempre dão problemas e ficam em manutenção. A equipe de reportagem da Itatiaia foi até o local, que está funcionando normalmente nesta sexta-feira (21), dia seguida à queda de um dos elevadores do prédio. Apenas o equipamento que teve problema permanece interditado e, inclusive, foi periciado pela Polícia Civil (PC).
Aparecida Vilas Boas, que trabalha no local duas vezes por semana, diz que elevadores, muitas às vezes, não estão funcionando.
Laudo pericial da Polícia Civil vai apontar causa do acidente.
“Eu venho aqui duas vezes por semana. Eu não tenho medo, não, porque a gente tá acostumado já, né? Já fiquei presa em elevador com tudo escuro, mas não foi aqui nesse prédio. Porém, os elevadores estão estragando muito. Sinceramente? Está sempre em manutenção, eu só não deixo o medo me pegar”, disse.
Jaqueline Lins, que trabalha no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TGMG), localizado no 20° andar do edifício, contou que os funcionários estão ficando assustados, já que tem um bom tempo que os elevadores sempre ficam em manutenção.
“Os elevadores estão sempre apresentando problemas semanalmente. A gente percebe, né? Nós utilizamos três e percebemos que, geralmente, sempre um deles está em manutenção. Os elevadores têm apresentado problemas há bastante tempo. Essa semana mesmo uma amiga foi e voltou do 24° andar até o subsolo sem controle. Nós estamos ficando assustadas”, contou ela.
Em nota, a PC disse que apura o caso e aguarda a conclusão do laudo pericial. Veja na íntegra:
“A PCMG informa que a perícia foi acionada ao local para a coleta de informações e vestígios que subsidiarão as investigações. A PCMG apura o caso e aguarda a conclusão do laudo pericial.”
A Itatiaia entrou em contato com o edifico Mirafiori e aguarda retorno.
O acidente
O problema no elevador que caiu no edifício Mirafiori, no Centro de Belo Horizonte, começou quando o equipamento estava no 14º andar. A informação foi passada por um técnico ao tenente Magalhães, do Corpo de Bombeiros. Ainda conforme a corporação, 22 pessoas estavam no elevador, o que causou sobrepeso. Oito ficaram feridas, mas sem gravidade.
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“O elevador número cinco, com sobrepeso, desceu do 14º andar até o subsolo com uma velocidade acima do normal, mas não foi em queda livre, até parar totalmente, no fundo do poço do elevador, onde havia, inclusive molas para segurar a queda”, disse o tenente Magalhães, acrescentando a queda livre ocorreu quando o técnico tentava fazer o nivelamento do equipamento para retirar as vítimas. Assim, a queda livre ocorreu quando o veículo estava a 1,5 metro de altura.
“O elevador caiu realmente de verdade, quicando sobre as molas do fosso. Com essa queda, algumas das pessoas vieram a se machucar, e todos foram retirados da cabine mesmo sem o nivelamento. As vítimas foram liberadas e encaminhadas ao atendimento hospitalar, a perícia da Polícia Civil foi acionada”, disse o tenente, que completou que os demais elevadores do prédio estão liberados para funcionar.
No prédio, funcionam uma unidade do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e escritórios do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), além de consultórios e salas comerciais.
Em nota à Itatiaia, o Senac informou que 13 alunos da instituição estavam no elevador no momento do acidente. Quatro deles tiveram ferimentos leves e foram encaminhados ao Hospital João XXIII. Os demais foram liberados, acompanhados pelos responsáveis. O Senac afirma que acionou as famílias e está prestando o acompanhamento necessário.
A instituição também ressalta que os estudantes entraram no elevador no momento em que ele estava vazio, respeitando a capacidade do equipamento.
