Servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) se manifestaram, por meio de uma carta aberta, cobrando ações efetivas contra assédios na instituição. A carta foi feita após o arquivamento de denúncia de assédios sexuais e morais supostamente cometidos por um homem que ocupava a Chefia de Gabinete da Superintendência da PRF em Minas Gerais.
O documento, ao qual a Itatiaia teve acesso, conta com 350 assinaturas de servidores de diversas regionais. Pelo menos seis mulheres, de cargos distintos na PRF em Minas, teriam sido
Cinco anos depois da denúncia, a investigação acabou sendo arquivada, o que causou revolta nos servidores. Um policial da corporação contou à Itatiaia sobre as situações que uma das vítimas, esposa dele, sofreu nessa época.
“Num primeiro momento, ele era educado, depois começava com algumas insinuações e brincadeiras, e o negócio ia evoluindo. Minha esposa foi tocada na coxa e na cintura por ele, e após as vítimas recusarem ou manifestarem insatisfação pelo contato físico, ele partia para o assédio moral. Ele começava a desvalorizar o trabalho das mulheres, ridicularizá-las em público, e mesmo quando a vítima se recusava a trabalhar com ele e pedia a mudança de setor, ele impedia que ela saísse do setor e a obrigava a passar por aquela tortura”, relatou.
O policial continuou: “Vários colegas intervieram para que essa prática fosse cessada. O que causou a nossa insatisfação é que esses colegas não foram ouvidos no processo administrativo disciplinar. No caso da minha esposa, ela trabalhava em um setor que tinham muitos estagiários, e a chefe substituta do setor que presenciava a situação abusiva e agressiva não foi ouvida pela comissão. A servidora responsável pelos estagiários também não foi ouvida. Não tiveram o interesse, ao que parece, de aprofundar as provas que eram visíveis, que eram evidentes”.
O policial e a esposa conseguiram transferência para a PRF de outro estado.
O que diz a PRF?
Segundo o relatório final da Comissão de Processo Administrativo e Disciplina, todas as testemunhas indicadas, tanto pelas vítimas, quanto pela defesa, foram ouvidas no bojo da apuração. No decorrer do processo, houve a desistência de um
A PRF afirmou, ainda, que a atual gestão vem cotidianamente trabalhando para a conscientização, enfrentamento e combate a todos os tipos de assédio, seja dentro ou fora da instituição.
O que diz a defesa do policial?
Em nota, a equipe jurídica do policial afirmou que o processo foi “completamente pautado no devido processo legal e na legalidade”, e que foram “acatadas todas e quaisquer sugestões da comissão de investigação preliminar”.