A Prefeitura de Belo Horizonte informou nesta terça-feira (28) que registrou 11 casos de morcegos infectados com o vírus da raiva. A doença pode ser fatal para os humanos, e por isso, uma prática erroneamente disseminada é matar morcegos, o vetor da doença, como uma suposta forma de controlar a infecção da raiva.
O virologista do departamento de Microbiologia da UFMG, Flávio Guimarães da Fonseca, esclarece que apesar de ter incidência de casos de raiva em morcegos, a grande maioria desses animais na região de Belo Horizonte são saudáveis. “Dentro do ambiente urbano, por exemplo, é uma minoria de animais que apresentam a infecção do vírus da raiva, esses morcegos que circulam na região de Belo Horizonte, na grande maioria, são saudáveis. Então, não há a necessidade de matar esse animais”, informa.
Outro ponto destacado por Fonseca é que os animais infectados não transmitem a doença apenas por um contato superficial com humanos. A contaminação ocorre quando uma pessoa é ferida, arranhada ou mordida por um animal rábico, ou quando tem contato com as secreções desse animal.
Não há motivo para pânico
Apesar do número de casos de morcegos contaminados parecer ser preocupante, anualmente a Secretaria de Saúde Municipal de BH já costuma registrar alguns animais infectados. Desde 2020, foram registrados 82 morcegos com o vírus da raiva. Apesar da incidência nesses animais, o último caso de raiva humana foi registrado na capital mineira em 1984.
“A Secretaria Municipal de Saúde mantém a circulação do vírus da raiva sob vigilância contínua. [...] Cabe ressaltar que a Prefeitura oferta, durante todo o ano, a vacina contra a raiva para cães e gatos em seis locais. Além disso, também é realizada a campanha antirrábica anual”, explicou a PBH.