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Paciente com problemas mentais agride pessoas no meio da rua e causa medo em bairros de BH

Autora costuma perseguir mulheres e crianças e as agride com chutes e empurrões; agressora tinha acompanhamento médico, mas abandonou o tratamento

O medo tem tomado conta de mulheres que moram nos bairros Padre Eustáquio, Caiçaras, Minas Brasil e Nova Suíça, em Belo Horizonte. Uma mulher com problemas mentais circula pela região e ataca de repente outras mulheres e crianças que andam pelo bairro. A autora persegue as vítimas e as agride com chutes e empurrões.

Câmeras de segurança flagraram ao menos dois ataques. Em um deles, a vítima quase é jogada para debaixo da roda de um carro em movimento. No outro, a agressora empurra uma mulher que caminhava pela rua, tenta chutá-la e a persegue.

Para tentar se proteger, foi criado um grupo no aplicativo de WhatsApp para informar cada passo da agressora. As vítimas fazem um apelo para que as autoridades hajam, antes que algo pior aconteça.

“A gente não tem paz para sair na rua, para ir ao banco, supermercado. Quando eu estava grávida, ela falava que ia matar o meu bebê, que ia chutar a minha barriga. É realmente desesperador”, afirma uma das vítimas.

Uma outra mulher também relembra a vez que foi atacada pela agressora. “Eu fui levar minha filha na escola e, do nada, eu cheguei e ela veio para cima de mim. Eu corri dela e ela foi até uma lixeira, pegou uma garrafa de vidro, para vir atrás de mim. A polícia foi atrás dela, mas não encontrou ela mais”, contou a mulher à Itatiaia.

Além de mulheres, a mulher costuma atacar crianças. A filha de nove anos de uma moradora do Padre Eustáquio foi um dos alvos escolhidos. “Ela veio até mim e foi com a unha para beliscar o rosto da minha filha. Eu consegui bater na mão dela e empurrar ela. Minha filha correu, mas ela veio para cima dela. Ela começou a falar: ‘Eu odeio criança. Se eu pego eu mato, eu arranco um pedaço. Eu vou rasgar ela, o rosto dela’. Até pouco tempo atrás, eu andava com uma barra de ferro na rua”, conta a mãe da vítima.

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Agressora abandonou tratamento mental

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a mulher era acompanhada pelo Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) Noroeste, mas que abandonou o tratamento. O município esclarece que o tratamento não é compulsório, ou seja, não é possível obrigar o paciente a realizá-lo.

Em casos de surto, a prefeitura afirma que a família ou o próprio usuário podem procurar uma unidade de atendimento à saúde. “Se o usuário está em crise e se recusa ir à unidade, a família ainda pode solicitar o SAMU, que encaminhará o usuário para ser avaliado”, diz a PBH.

Em nota, a Polícia Civil orienta que as vítimas, além de registrar a ocorrência, procurem a delegacia mais próxima da residência e manifestem o interesse em representar, considerando que é um crime condicionado à representação.


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Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, trabalhou na produção de matérias para a rádio, na Central Itatiaia de Apuração e foi produtora do programa Itatiaia Patrulha. Atualmente, cobre factual e é repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.