Uma usuária de drogas de 35 anos é suspeita de furtar um iPhone 13 e vender por R$ 10 para um idoso, de 70 anos. A ocorrência foi registrada na noite dessa segunda-feira (26) em uma lanchonete da avenida Antônio Carlos, no bairro Cachoeirinha, região Nordeste de Belo Horizonte. Ambos foram presos.
De acordo com a Polícia Militar (PM), a suspeita furtou o celular de um dono de lanchonete que doava alimentos para ela com frequência. Nessa segunda-feira (25), ela foi ao local, disse que estava passando fome e pediu um lanche. Quando o proprietário foi pegar o alimento, ela furtou o iPhone 13 dele, avaliado em cerca R$ 4 mil.
A PM foi acionada e, com a ajuda de câmeras de segurança, conseguiu encontrar a suspeita na região Lagoinha. A mulher, então, apontou uma casa no bairro Cachoeirinha, onde mora o receptador, o idoso de 70 anos. No local, os policiais encontraram o aparelho furtado e outras dezenas de celulares de origem duvidosa.
Arrependimento
O cabo Leandro, do Moto Patrulhamento do 16º Batalhão da PM, disse à Itatiaia que a suspeita aproveitou um descuido do comerciante para furtar o aparelho. No entanto, como se tratava de uma pessoa que sempre a ajudava, ela teria se arrependido.
“Ela guardou esse telefone no mesmo saquinho em que recebeu o lanche. Dali, ela foi embora e ganhou a rua”, disse o militar. “Ela, com muita sinceridade, acabou falando que estava decepcionada por ter prejudicado alguém que a tinha ajudado. Então, informou a pessoa para quem teria vendido esse telefone, que é um iPhone 13, por R$ 10. Esse receptador comprou o telefone e ela saiu feliz da vida com os R$ 10 na mão”, disse o militar.
Aparelho no lixo
Aos policiais, o idoso alegou ter sido enganado, já que a suspeita contou para ele que tinha achado o iPhone 13 no lixo. “Ele permitiu que a gente conferisse a casa dele e lá nós encontramos outros telefones e diversos materiais, como maquitas, furadeiras e parafusadeiras. Nem ele sabia dizer a função”.
Rodrigo Máximo, advogado do idoso, disse que o cliente sempre trabalhou com ferro-velho, fechou uma oficina recentemente e, por isso, levou alguns objetos para casa. “Todo equipamento que foi encontrado na casa dele é proveniente dessa oficina. Como não existia nota, foi conduzido para a delegacia”, disse.
Perdão
Mesmo sendo furtado, o dono da lanchonete disse que não vai parar de ajudar o próximo. “Não posso nem pensar em não continuar fazendo, porque meu coração endurece e isso não é bom. Vou continuar ajudando o próximo do mesmo jeito e continuar sendo a pessoa que sou. Já fui morador de rua e sei como que é. Fui para rua por causa de álcool”, disse o comerciante, que não faz uso de bebida há 20 anos, conseguiu abrir o próprio negócio e constituir família. “Creio em Deus”, ressaltou.