Tratamentos de saúde em Minas Gerais vêm sofrendo com atrasos causados pela falta de insumos. Segundo o Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, a situação ocorre em tratamentos eletivos especialmente pela ausência do contraste - líquido injetado em pacientes para a realização de alguns exames.
"[A falta do contraste] É um problema seríssimo no Brasil, no mundo inteiro, porque o iodo do contraste vem da China, e o lockdown no país gerou um desabastecimento no mercado internacional. Estamos acompanhando junto ao Ministério da Saúde, e soube nesta semana que o cenário está se normalizando para que os hospitais sejam abastecidos em algumas semanas”, pontuou Baccheretti.
O Secretário explica que, atualmente, o uso do produto vem sendo racionalizado, com foco na urgência e emergência. Entretanto, ele ressalta a importância da normalização para que a fila de procedimentos a serem feitos não cresça no Estado.
Em relação aos medicamentos, Baccheretti afirma que, por mais que a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) tenha um bom estoque, a Farmácia de Minas “sempre sofre com tentativas de compra”.
“O mercado está muito complexo desde a pandemia, e essas tentativas de compra geram muito deserto, ou seja, não tem fornecedor que tenha o medicamento para vender por ser um desabastecimento global”, conclui.
A assessora da Superintendência Técnica da Unidade de Saúde do Hospital da Baleia, em Belo Horizonte, Cynthia Lloyd, acrescenta que outros insumos também estão em falta no dia a dia.
“Nós temos quatro insumos que são mais preocupantes no hospital: soro fisiológico, antibióticos, contraste e o sorbitol, que é uma solução usada em cirurgias ginecológicas e urológicas. Temos estoques pensando em mais duas semanas, e a falta deles compromete tanto procedimentos cirúrgicos como o tratamento clínico do paciente”, detalha.