Uma das vítimas do diretor de um shopping popular de Belo Horizonte, indiciado por assédio e importunação sexual pela Polícia Civil, na sexta-feira (24), contou à Itatiaia as situações que viveu com o acusado.
Ela disse que, desde que começou a trabalhar no local, vinha sofrendo assédio sexual do acusado. “Ele me pedia vídeos, nudes, perguntava se eu não tinha coragem de filmar eu e meu esposo fazendo sexo para mandar para ele… Isso acontecia com muita frequência, quase todos os dias e eu desconversava, fingia que não estava ouvindo ou levando a sério. O estopim foi quando ele tentou passar a mão nas minhas partes íntimas. Então decidi procurar o RH e o gerente-geral do shopping para buscar uma solução. Posteriormente, fui à Delegacia de Mulheres fazer a denúncia”.
Ao todo, sete mulheres denunciaram o acusado. A advogada da vítima, Isabela Cardoso Ribeiro, contou que essas denúncias foram feitas em setembro do ano passado, mas alguns casos aconteceram há mais tempo, às vezes até um, dois ou três anos atrás. Ela disse ainda que os relatos, a respeito do modo de agir do acusado, são muito semelhantes. “Eram sempre cantadas, pedidos de vídeos e de fotos íntimas e palavras enaltecendo o próprio órgão sexual”.
Isabela explicou que, após as denúncias, a autoridade policial passa a fazer apurações para comprovar se, de fato, existem indícios de materialidade e autoria daquele crime. “O próximo passo é o inquérito ser encaminhado para a promotoria e essa oferecer a denúncia. A partir daí, o processo começa a correr de fato. Falar sobre esse tema ainda traz muita dor para as vítimas, elas sofrem ao relembrar os assédios e as importunações sexuais que sofreram”.
O homem ainda é investigado por outros dois crimes na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Sexuais.