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Infectologista explica epidemia de dengue em BH e alerta: ‘Cenário preocupante’

Incidência é de cerca de 484,6 casos por 100 mil habitantes

BH tem epidemia de dengue

O infectologista Estevão Urbano, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, classifica o cenário atual da dengue em Belo Horizonte como preocupante. Em razão do aumento de casos, a prefeitura confirmou, nessa quarta-feira (7), que a capital mineira entrou em situação de epidemia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que taxas acima de 300 casos por 100 mil habitantes já configuram, formalmente, uma situação epidêmica. No caso da dengue em BH, a incidência é de cerca de 484,6 casos por 100 mil habitantes.

“Em relação ao comunicado da prefeitura, o fato de estarmos vivendo um momento epidêmico significa que estamos também com alta transmissão da dengue. Existe um grande número de mosquitos infectados e transmissores, aumentando sobremaneira o risco à população”, explicou o médico à Itatiaia.

O infectologista, que integrou o Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 de BH, explica quais medidas de prevenção que devem ser tomadas diante do cenário da epidemia. Até essa quarta-feira (7), foram confirmados 1.952 casos de dengue e três óbitos, além de 151 casos de chikungunya.

“As pessoas devem intensificar o cuidado contra criadouros, água parada no seu domicílio e no entorno, além de outras medidas como o uso de repelentes, roupas compridas com menor exposição da pele, mosquiteiros etc”, recomenda, lembrando da vacina.

“Então, essas medidas devem ser intensificadas nesse momento, em especial evitar ao máximo o acúmulo de água parada, seja em recipientes e garrafas Pet, vasos de planta dentro e fora da nossa casa. E, se e se possível, dentro da proposta ministerial, seguindo uma hierarquia de faixa etária, a vacinação das pessoas também ajuda muito”.

A vacina, chamada Qdenga, foi aprovada pela Anvisa em março do ano passado para pessoas entre 4 e 60 anos. Além do imunizante, o médico recomenda que pacientes com sintoma de febre, dor no corpo, dor de cabeça, manchas pelo corpo procurem atendimento médico, “para avaliação e início de rápido de hidratação, que é a pedra fundamental na boa evolução dos casos de dengue. O cenário de Belo Horizonte, portanto, é preocupante. Como já dito, é necessário a população redobrar os cuidados”.

Atendimento

O secretário municipal de Saúde de BH, Danilo Borges Matias, destaca que, apesar da situação de epidemia, o município vai manter a assistência às pessoas, com ampliação da capacidade de atendimento,

“Nós monitoramos diariamente a situação da capital, a quantidade de casos confirmados e a pressão assistencial nas unidades de saúde da rede SUS-BH que atendem pessoas com sintomas de dengue. Porém, reforço novamente que é necessária a ajuda de cada um para eliminar, de dentro das casas, os possíveis recipientes que acumulem água e possam favorecer a procriação do mosquito. Assim, conseguiríamos diminuir a curva de casos em Belo Horizonte”, esclareceu.

Ampliação de locais para atendimento

Até o momento, foram abertas seis unidades específicas para atender exclusivamente pessoas com sintomas de dengue, chikungunya e zika. São três Centros de Atendimento às Arboviroses (CAAs), funcionando das 7h às 22h, nas regionais Barreiro, Centro-Sul e Venda Nova. Esses equipamentos são porta aberta e ofertam cuidado de forma espontânea às pessoas que apresentam sintomas como febre, dores no corpo ou atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.

Já as Unidades de Reposição Volêmica (URV), funcionam todos os dias, por 24 horas, nas regionais Centro-sul e Venda Nova. Os locais recebem exclusivamente os usuários encaminhados de centros de saúde e CAAs e que precisam de hidratação e assistência contínua. Ou seja, não é um serviço de porta aberta. Há também uma outra URV no Hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro, que foi aberta em parceria com a Fhemig e atende os usuários de 7h às 19h.

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.