Acidentes com motocicletas atendidos no Hospital João XXIII, na região Leste de Belo Horizonte, aumentaram 21% no último ano. Em 2023, foram registrados 5.707 casos, o que representa uma média de mais de 15 atendimentos por dia. Em 2022, tinham sido atendidas 4.715 pessoas.
De acordo com a Fhemig, órgão que administra o hospital, esse tipo de ocorrência representa o terceiro principal motivo de atendimentos no João XXIII.
Victor Ikeda, diretor assistencial do Complexo Hospitalar de Urgência da instituição, diz que as causas dos acidentes são multifatoriais e envolvem, principalmente, trânsito carregado e mau-comportamento. Segundo ele, as lesões vão de leves a quadros irreversíveis. “As lesões mais comuns são as fraturas. Contudo, essas lesões podem levar a sequelas motoras de difícil recuperação”, explica. “A gente tem pacientes bem graves, com traumatismo craniano e, algumas vezes, de recuperação quase impossível”, finalizou.
O motociclista Brian Felipe procurou atendimento no Pronto-Socorro do hospital, devido a um acidente com moto que terminou com o fêmur e uma fratura no joelho. “Eu estava vindo em via pública e um motorista desavisado — não sei se ele não me viu ou se ele achou que dava tempo — converteu o carro na minha frente. Batemos de frente”, contou.
Brian Felipe se recupera do acidente, e deixa um conselho para os colegas sob duas rodas. “Quando a gente está na moto, tem que saber que a nossa vida está em cima do veículo. Não dá para brincar, porque nossa vida não depende só de quem está pilotando, mas de todo mundo que está em volta.”
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada fez um levantamento, e os números chamam atenção. Conforme o relatório, 392.000 pessoas morreram em acidente de trânsito no Brasil entre 2010 e 2019. No mundo todo, cerca de 1.350.000 pessoas morrem por ano, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.
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