O trecho de 100 km da BR-040, entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, é temido até por motoristas de carreta que passam constantemente pela rodovia,
Morador de Conselheiro Lafaiete, Luiz Carlos Ribeiro Júnior, 45 anos, roda o trecho conduzindo uma carreta com 36 toneladas de minério. “Essa 040 de Conselheiro Lafaiete até BH é sem base. Esse trecho é o pior que tem. Estou indo para Sete Lagoas, mas você chega em BH e parece que rodou 500 km. São 100 km e você chega em BH morto. E de lá pra cá é a mesma coisa”, desabafa.
Hildemar da Cunha, 34 anos, tem 12 anos de experiência no trecho e, por ser morador de Carandaí, conhece bem a BR-040. “Está muito perigosa. Ainda mais de Congonhas até Belo Horizonte. É o pior trecho que tem pra gente rodar. Caminhoneiro também sofre demais da conta”, garante.
No dia 6 deste mês,
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Principal ligação entre Belo Horizonte e o Rio de Janeiro, a BR-040 tem fluxo intenso de carretas por causa da atividade de várias mineradoras na região. Somente na semana passada, cinco pessoas morrem em quatro acidentes no trecho.
“Tragédias a gente tem visto inúmeras, mas uma das maiores tragédias que gente vê por minuto, por segundo, é a tragédia do abandono das figuras públicas no estado, do governo federal, que não olham para Congonhas. E hoje é muito triste a gente ver pai e mãe chorando. A BR-040 foi entregue às grandes mineradoras. De dez carros que passam pela BR-040, 15 são carretas”, diz o líder comunitário de Congonhas Wiliton Luiz dos Reis, 40 anos, o Leleco.
Procurada pela reportagem da Itatiaia na última segunda-feira (13), a Via-040 informou que vai se manifestar nos 16 ou 17 deste mês.
Mobilização
Preocupados com a situação,
O entendimento é que a passagem desses veículos de carga pela BR-040 e pela BR-356 contribui para aumentar o índice de acidentes. Nessa terça-feira (14), eles se reuniram em Itabirito e decidiram que vão apresentar, ao Senado e ao Ministério dos Transportes, projetos de desvio do fluxo de carretas pesadas de minério para vias alternativas, como ferrovias e estradas que já existem, e que passam por dentro das áreas de mineração. Estradas como a Via do Minério em Itabirito, e Pico da Fábrica, foram criadas por mineradoras.