O prefeito de Mariana, cidade na região central de Minas Gerais, Celso Cota Neto (MDB), afirma que o município não considera a retirada dos moradores do distrito de Santa Rita Durão, área ameaçada pela barragem da Mina de Fábrica Nova, da Vale. Atividades da mina foram interditadas na sexta-feira (10), pela Agência Nacional de Mineração (ANM), devido à instabilidade das pilhas de rejeitos do local. A Itatiaia revelou a interdição nesta segunda (13).
De acordo com o prefeito, ainda não há uma confirmação de que os 295 moradores do distrito estejam em risco.
Não tem nenhum laudo constatando o real perigo de um rompimento. Segundo noticias preliminares, não existe risco iminente para os moradores da área
O prefeito diz que o município não considera uma nova queda de barragem em Mariana. “Imaginamos que depois dos rompimentos das barragens do Fundão (em Mariana), em 2015, e de Brumadinho, as mineradoras iriam aumentar as fiscalizações”, ressalta.
Cota Neto afirma que a interdição da mina aconteceu após a Vale não ter enviado alguns laudos importantes para a ANM. “O que me parece que causou estranheza na ANM foi a falta de documentação da Vale. Por causa da falta de um laudo, eles decidiram interditar a mina. Agora, vamos aguardar a chegada deste laudo para decidir os próximos passos”, disse.
A informação foi confirmada pela ANM, em nota divulgada nesta segunda-feira (13). O comunicado diz que o órgão “interditou e suspendeu de imediato as atividades de disposição de estéril em pilhas da Mina de Fábrica Nova, da Vale, no município de Mariana (MG), por não comprovação da estabilidade das estruturas”. De acordo com a ANM, uma nova vistoria está sendo feita para atestar a segurança da área.
Prefeitura foi surpreendida pela interdição
O chefe do executivo de Mariana revela que a interdição da área pegou a cidade de surpresa. “O anúncio é tenebroso. Ele causa espanto na população, que já viveu a mesma história em 2015. O distrito de Santa Rita Durão fica ao lado de Bento Rodrigues, atingido pelo rompimento da barragem do Fundão. Reviver isso é muito triste”, lamentou.
Segundo o prefeito, o município acompanhava a situação da barragem, através das agências nacionais. “As informações que a prefeitura tinha era pelas fiscalizações das agências. O que sabíamos é que a barragem tinha um risco muito baixo de romper. O risco estava no nível zero”, contou.
Nota da prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Mariana informou que uma vistoria está sendo feita na Mina de Fábrica Nova por agentes da Defesa Civil de Mariana, Defesa Civil de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais, Agência Nacional de Mineração (AMN) e Fundação de Meio Ambiente de Minas Gerais.
Segundo o município, a partir da reunião, será elaborado um documento sobre a integridade das pilhas e a continuidade das atividades de mineração na área.
O comunicado ainda reforçou o posicionamento do prefeito, em relação à evacuação do distrito de Santa Rita Durão. “Não há definição de evacuação de moradores da região. Não há definição de evacuação da população, essa informações está equivocada. Os órgãos competentes ainda estão verificando o nível de risco para que, se necessário, as medidas emergenciais sejam tomadas”, diz trecho da nota.
Veja a nota da ANM na íntegra:
“Na última sexta-feira (10), a Agência Nacional de Mineração
Nesta semana, equipe da ANM, em parceria com a Defesa Civil, está realizando vistoria no local para definir a linha de ação que deve ser adotada pela empresa. Assim que for apresentado laudo atestando a estabilidade das estruturas, a ANM decidirá sobre a manutenção ou não da intervenção”.