O Ônix branco do motorista de aplicativo Alessandro de Araújo, 52 anos, vítima de um latrocínio — roubo seguido de morte — ao ser abordado por dois homens perto de um clube na MG-424, em São José da Lapa, na região Metropolitana de Belo Horizonte, foi encontrado nesta segunda-feira (6).
Conforme as primeiras informações da Polícia Militar (PM), o veículo foi achado em uma casa, no bairro Nossa Senhora de Fátima, em Matozinhos, também na Grande BH. Placas de outros carros foram apreendidas pela corporação, que acredita que as indentificações podem ser clonadas. Ninguém foi preso.
Alessandro, que comprou o veículo para trabalhar há dois dias, estreou o carro no sábado (28), quando foi abordado por dois homens perto. A principal suspeita é de que ele tenha reagido. O corpo foi velado em 29 de outubro, no Cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Suspeito é liberado
Na última terça (31), o jovem de 18 anos suspeito de envolvimento com a morte foi liberado pela Justiça - 24 horas após ser detido pela Polícia Civil. O alvará de soltura foi emitido pelo juíz Cristiano Araújo Simões Nunes, da Comarca de Vespasiano, e, segundo o Estado, ainda não foi cumprido.
O magistrado alegou que, ao ser preso, Anderson Lucas Martins da Silva negou ter participado do latrocínio, mas sua versão teria sido “desacreditada” pelos militares.
Cristiano Araújo afirmou que nada de ilícito foi encontrado com o suspeito, que é réu primário. Por fim, o juiz decidiu liberar o jovem do presídio afirmando que nada de ilícito foi encontrado com o suspeito, que não existem provas contra o jovem e que houve um “lapso temporal” entre o crime e a prisão do suspeito: “não há prisão em flagrante baseada em investigações preliminares. A polícia fez uma verdadeira confusão nesse procedimento, misturando delitos que não têm qualquer conexão e efetuando uma prisão sem qualquer fundamento legal.”
Apesar de ter sido beneficiado com um alvará de soltura, ele está proibido de deixar a região metropolitana de Belo Horizonte por mais de 10 dias sem autorização judicial e tem a obrigação de manter seu endereço atualizado, além de comparecer todo mês no fórum para informar suas atividades.
Os
Outro crime
Outro motorista de aplicativo — que não terá identificado — pode ter sido vítima dos mesmos criminosos que mataram o colega de profissão. Um dia antes do assassinato de Araújo, na sexta-feira (27), o condutor que suspeita ter sido alvo de um dos criminosos responsáveis pelo homicídio foi rendido na avenida Getúlio Vargas, na Savassi, na região Centro-Sul. Celulares dele que foram levados no assalto foram encontrados no sítio onde os suspeitos da execução foram presos.
“Eu estava estacionado na Getúlio Vargas, próximo ao número 1740, entre as ruas Alagoas e Cristóvão Colombo, quando um indivíduo colocou a arma no meu rosto e disse: ‘perdeu, perdeu, perdeu”, contou o motorista à reportagem da Itatiaia na semana passada. Ele disse que, de imediato, obedeceu e correu no sentido contrário para pedir ajuda. Outro motorista se prontificou, e os dois passaram seguiram o assaltante até Confins, onde perderam o veículo de vista.
O carro foi achado no dia seguinte pela polícia. “Graças a Deus, eu não reagi. Poderia ter sido, infelizmente, eu”, contou. Nesta manhã desta segunda-feira (30), ele foi levado para a delegacia para recuperar os telefones e reconhecer os suspeitos. “O revólver era o mesmo”, acrescentou.
Relembre
Alessandro de Araújo morreu após ser baleado no rosto em São José da Lapa, na região Metropolitana de Belo Horizonte, no fim da tarde de sábado (28). A princípio, ele teria reagido ao assalto. Imagens de câmeras de segurança obtidas pela Itatiaia flagraram a dupla suspeita no local. O homem deixa duas filhas e netas.
O crime ocorreu próximo a um clube, que fica às margens da MG-424, enquanto o motorista aguardava ser acionado para uma corrida. Após ser baleado, Alessandro de Araújo chegou a cambalear por alguns metros até cair e morrer no local.