Famílias do município de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão sem receber fraldas distribuídas pela Prefeitura há 4 meses. A situação é tão crítica que elas estão fazendo ‘vaquinha’ e tirando dinheiro do próprio bolso para pagar as fraldas que filhos e adultos usam diariamente e que seriam gratuitas, entregues pelo Programa de Distribuição de Fraldas.
É o caso de Élica Gladys, moradora do bairro Londrina e mãe de uma menina de 12 anos que tem paralisia cerebral, multideficiência visual e cognitiva. Há 4 meses sem receber as fraldas, ela tem recorrido ao dinheiro guardado para comprar a medicação anticonvulsiva de sua filha para suprir a falta. Quando entra em contato com a Prefeitura, a resposta é que o processo de compra das fraldas está em licitação. “O que nos causa indignação é que já estamos há quatro meses sem as fraldas, e nos perguntamos até quando isso vai durar?”, diz Élica.
Antes da distribuição ser interrompida, Élica conta que ela e outras mães já tinham notado a queda na qualidade das fraldas fornecidas pela Prefeitura. “Usávamos em torno de três a quatro unidades por dia, o que gerava um controle melhor das fraldas”, relatou. Porém, nas últimas remessas, foi necessário usar o dobro de fraldas por dias e algumas crianças chegaram a ter alergia.
Tentando minimizar os problemas, as famílias beneficiárias do programa uniram forças e estão organizando uma espécie de “vaquinha” entre si para arrecadar fundos na tentativa de surprir essa necessidade.
Os familiares destacaram que, apesar de terem procurado a Prefeitura e informado sobre a situação, nenhuma medida foi tomada até o momento.
Outro lado
A Prefeitura de Santa Luzia disse, em nota, que os estoques de fraldas nos tamanhos M e G, estão temporariamente esgotados e um novo processo licitatório está em andamento para regularizar a distribuição. A Prefeitura ainda afirmou que está trabalhando para restabelecer a distribuição de fraldas o mais breve possível.
(Sob supervisão de Marina Borges)