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Vídeo: resgatados de Israel, seis mineiros chegam ao Aeroporto de Belo Horizonte

Uma jogadora de vôlei que morava no país em guerra reencontrou a família na noite desta sexta-feira (13)

Jogadora de vôlei mineira que morava em Israel chegou ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte

Chegou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (13), a jogadora de vólei Thaynã Moraes, de 30 anos, que jogava em um time de Nazaré, cidade no norte de Israel. A atleta voltou para o Brasil em um dos voos da Força Aérea Brasileira, que chegou no Brasil nesta manhã.

A mãe e irmã da Thaynã a receberam em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. Rita Moraes, mãe da jogadora, contou emocionada o quanto ficou angustiada na última semana, desde que ficou sabendo dos ataques do Hamas no território de Israel e na declaração de guerra do país.

“Foi tudo terrível, essa sensação de ter uma filha lá no lugar onde que tem terrorista, que tá tendo guerras, a sensação é terrível. Jamais passou na minha cabeça essa situação, a gente nunca imagina, a gente sempre vê na televisão as coisas acontecem, mas nunca imagina acontecer com a gente. Na hora que ela embarcou foi muita alegria, não dá nem para explicar porque eu tive muito medo. Não tem preço saber que ela estava vindo e que ela tava bem”.

Antes de se mudar para Nazaré, Thaynã jogou pelo Benfica em Portugal. Ao se mudar para Israel, ela verificou com amigas que já moravam no país judeu como era a qualidade de vida, e foi tranquilizada de que era um lugar muito seguro. Por isso, foi um susto para a família quando a guerra eclodiu:

“Tem 15 anos que ela joga vôlei, então a gente já tá um pouco acostumada com esse vai e volta. Lá na cidade de Nazaré não teve tanto problema, só na quarta-feira que começou, então lá tava mais tranquilo. Mas é assustador porque Israel é um país pequeno e as cidades são muito próximas uma da outra”.

O maior medo da família, entretanto, foi quando Thaynã precisou se deslocar para o Sul de Israel para embarcar no avião da FAB em Tel Aviv, principal alvo de ataques do grupo terrorista Hamas.

“O primeiro contato da Tainá foi comigo, por acaso eu acordei pela madrugada e vi no WhatsApp uma mensagem dela já me alertando porque em alguns sites de daqui do Brasil já tava noticiando a guerra. Ela me mandou mensagem para tranquilizar, principalmente minha mãe, e avisar que até então lá em Nazaré estava tranquilo, não era o foco dos ataques. Quando ela teve que se movimentar, sair do Norte e ir para o Sul na região ali de que estava tendo os ataques, ali foi a hora que fiquei realmente com medo”, conta Amanda, irmã da atleta.

Além de Thaynã, chegaram em Confins outras cinco pessoas da mesma família, que estavam em Israel a passeio:

“A gente fica um pouco angustiado e triste com a situação toda, mas a gente está bem de ter chegado aqui. A gente ouvia as bombas e a tivemos que ir algumas vezes para o bunker, mas a gente não viu nada agressivo”, contou a médica mineira Ester Zagury. Ela conta, entretanto, que uma filha decidiu ficar no país para completar um trabalho que estava fazendo.

Na manhã desta sexta-feira (13), 69 brasileiros chegaram ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira, no aeroporto de Recife, capital de Pernambuco. De lá eles foram para São Paulo. Outra jogadora de vôlei mineira seguiu direto para Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e outros três mineiros ficaram em São Paulo para aguardar um parente que chega no próximo voo.

Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.