O tio da menina Luísa Vitória Vieira Soares, de 1 ano e 7 meses, morta por um cachorro da raça american bully, na tarde dessa quarta-feira (4), no bairro Parque do Cedro, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, teve a prisão ratificada pelo crime de homicídio culposo (aquele em que uma pessoa mata sem ter a intenção). O suspeito, de 30, foi encaminhado ao sistema prisional, conforme informou a Polícia Civil nesta manhã.
Conforme o boletim de ocorrência a que a Itatiaia teve acesso, testemunhas contaram que um dos american bully atacou a criança quando estava no colo da sua tia, de 25. Ela iria dar banho na menina, quando foi surpreendida.
Vizinhos chamaram a polícia para ajudar. Quando viram a pequena deitada, com pouca respiração, os policiais tentaram entrar no local para socorrê-la. Nesse momento, um dos animais começou a rodear a criança. No registro policial, eles disseram que o cão estava “bem agitado, babando e rosnando”. Por isso, a equipe precisou atirar no animal.
Os militares socorreram a criança e a tia. A menina chegou a ser levada até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas morreu. A tia, que tentou defender a menina, teve diversas mordidas e estava com suspeita de fratura nos dois braços.
Depois disso, conforme o b.o., os militares retiraram as pessoas das imediações e ficaram de prontidão — uma vez que um dos cachorros, uma fêmea, estava exaltada e poderia novamente tentar outro ataque.
O bicho baleado morreu no local. O outro não sofreu nenhum disparo e continua vivo, preso em um cômodo da residência pelo suspeito.
Nesta manhã, um dos cachorros continuava preso no banheiro da casa da família. Já o animal que provocou os ferimentos foi abatido por policiais logo após o ocorrido.
Nesta manhã, a reportagem voltou ao local e encontrou a fêmea deitada no banheiro. A Itatiaia entrou em contato com a prefeitura de Betim para saber quais medidas serão tomadas com animal diante a situação e aguarda um posicionamento.
“Era muito alegre”
Nessa quarta (4), o bisavô relatou à Itatiaia que os animais tinham uma convivência normal com a família e que a bebê gostava de brincar com eles. “Ela era muito alegre, muito comunicativa, esperta. É uma perda irreparável para a gente. Eu não quero nunca mais esses cachorros na minha casa”, disse o bisavô.
Segundo uma vizinha da família, apenas um dos animais apresentava um comportamento agressivo. “Somente um [cachorro] atacou. Um deles era um pouco agressivo, mas o outro era manso. Eu mesma já cansei de brincar com ele na varanda”, afirmou.
Relembre outros casos
Dois irmãos ficaram feridos após serem atacados por um pitbull e outros dois cães, no bairro Etelvina Carneiro, na Região Norte de Belo Horizonte, na noite do dia 12 de agosto. As vítimas são uma menina de oito anos e um adolescente de 13. Segundo a mãe, os irmãos foram encaminhados para o Hospital Risoleta Tolentino Neves e liberados no mesmo dia.
Em São Paulo, um bebê de 3 meses morreu depois de ser atacado por um cão, da raça pitbull, no bairro Jardins Recanto das Rosas, na zona leste da capital paulista. O caso aconteceu no dia 7 de junho. A criança chegou a ser encaminhada para o Hospital Geral de Guaianazes, na zona leste da capital, mas morreu. O animal era da família e não se sabe o que pode ter motivado o ataque.
Em 17 de junho deste ano, Guardas Civis de Osasco, na Grande São Paulo, mataram a tiros um cachorro da raça pitbull, no momento em que ele atacava o próprio dono. Eles foram acionados pela família, que estava em pânico. O animal atacava o rosto e o pescoço do homem quando os guardas deram dois tiros certeiros no agressor. O cachorro morreu no local.
*com informações de Fernanda Rodrigues e Amanda Antunes