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Policial militar que atirou em motorista de aplicativo é autuado por lesão corporal em Belo Horizonte

Os dois trocaram socos na altura da Praça Nova da Pampulha e o policial chegou a ser desarmado; policial militar está preso

Os dois trocaram socos na altura da Praça Nova da Pampulha e o policial chegou a ser desarmado; policial militar está preso

O policial militar, cabo PM Aldir Gonçalves Ramos, foi autuado por lesão corporal após atirar no olho do motorista de aplicativo Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, durante uma briga de trânsito na região da Pampulha, em Belo Horizonte, na tarde de sábado (30). A informação foi confirmada pela Itatiaia neste domingo (1°). O motorista perdeu a visão de um olho, segundo familiares.

Segundo testemunhas, o motorista de aplicativo se envolveu em uma discussão com o policial militar que estava de folga e à paisana. Bruno estava a caminho de uma partida de futebol.

A briga teria começado na avenida Otacílio Negrão de Lima, próximo à Toca da Raposa. Bruno conduzia um Sandero e o policial estava em uma moto vermelha. As testemunhas não souberam dizer o que motivou a discussão. Porém, explicaram que os dois vinham discutindo desde a Toca da Raposa até a Praça Nova da Pampulha. No trajeto, o policial teria mostrado a arma para o motorista de aplicativo.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, Bruno foi em direção ao policial que agrediu o motorista com uma coronhada, momento em que a arma disparou. Segundo o boletim, o policial não teve a ‘intenção’. Ao perceber que o motorista foi atingido na cabeça, o PM ligou para o 190 e pediu apoio da polícia.

Perdeu a visão

Carlos Santos e Cíntia Arcanjo, tios de Bruno, conversaram com a Itatiaia na porta do Hospital de Pronto Socorro João XXIII. Os dois contaram o que ouviram do sobrinho.

“Meu sobrinho não queria problema, correu para dentro da base para pedir proteção depois de uma briga de trânsito. Daí ele pegou a arma, foi lá e deu um tiro, que acertou a fase dele. Agora meu sobrinho ficou cego, né?”, desabafou Carlos.

Cíntia disse que o Bruno terá que fazer a reconstrução da face e que perdeu a visão do olho direito. “Ele é trabalhador, nunca teve ficha criminal, nada. O policial tá argumentando que foi tentativa de roubo, mas é mentira”, protestou.

Nota da Polícia Militar

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que o policial militar da ativa, de folga e à paisana, foi conduzido à Delegacia da Polícia Civil, por tratar-se de crime comum e não militar. Após ratificação da prisão em flagrante pelo crime de lesão corporal, o militar segue preso em uma unidade da corporação. A PMMG informa, ainda, que a Corregedoria da instituição acompanha o caso.

Nota da Polícia Civil

A Polícia Civil confirmou à Itatiaia, neste domingo (1°), que o policial teve a prisão em flagrante ratificada pelo crime de lesão corporal e encaminhado a uma unidade da PM onde está à disposição da Justiça.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), assim que acionada, deslocou equipe de perícia oficial ao local dos fatos para realização dos primeiros levantamentos. O envolvido, de 35 anos, foi encaminhado ao hospital. Já o envolvido, de 40 anos, foi conduzido à Central Estadual do Plantão Digital , onde teve a prisão em flagrante ratificada pelo crime de lesão corporal e, logo após, encaminhado a uma unidade da Polícia Militar de Minas Gerais, ele se encontra à disposição da justiça. A PCMG esclarece que estão sendo realizadas as atividades de polícia judiciária a fim de apurar as circunstâncias que permeiam o caso.

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022