A Escola Municipal Professor Edson Pisani, que fica no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, está entre as três finalistas do prêmio Melhor Escola do Mundo para Colaboração Comunitária 2023. As outras duas finalistas, na mesma categoria, ficam na África do Sul e nos Estados Unidos. Nesta edição, 108 países participaram do prêmio. O vencedor será escolhido por
Uma outra escola brasileira, finalista do World’s Best School Prizes, é a Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, de Carnaubal (CE). Cada uma poderá ganhar US$ 50 mil, o equivalente a aproximadamente R$ 250 mil.
A Escola Municipal Professor Edson Pisani conta com educação infantil, ensino fundamental e alfabetização de adultos e, de acordo com o World’s Best School Prizes, “tem sido uma fonte de longos dados de transformação e defesa dos alunos e do Aglomerado da Serra, um dos maiores e mais importantes favelas mais antigas do Brasil.”
A escola municipal é conhecida por promover práticas de vida sustentáveis, diminuindo o lixo e melhorando a qualidade de vida da comunidade. Caso a instituição ganhe o Prêmio de Melhor Escola do Mundo por Colaboração Comunitária, poderá melhorar ainda mais a qualidade de vida da comunidade, “implementando iniciativas mais sustentáveis, proporcionando melhor acesso à educação e criando mais oportunidades para os alunos se envolverem em serviços comunitários”, detalha a organização.
A diretora da escola, Eleuza Fiuza, conta que esta é a primeira vez que a escola é indicada a um prêmio mundial. O projeto, que concorre à premiação, é o “Mais favela, menos lixo”, que acontece em parceria com a escola de arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Essa parceria já tem 10 anos de parceria. O projeto acontece junto com a comunidade da vila e com todos os alunos. A questão do lixo na vila sempre foi muito séria, tem muito lixo, o caminhão passa, mas às vezes não entra em alguns locais mais estreitos. Fizemos ganchos para evitar que o lixo fique no chão e seja destruído por cachorros”, detalha a diretora da escola.
O projeto existe a mais de anos e é conduzido de forma continuada com possibilidade de expansão. Confiante de que vão ganhar o prêmio mundial, Eleuza afirma que já tem planos para investir o valor.
“Temos certeza que vamos ganhar!! Com o dinheiro vamos ganchos nas casas da vila. Contamos com o apoio da comunidade e as votações são abertas e acontecem pela internet.”
No próximo dia 21 de setembro, entre 14h e 18 h, a escola prepara um evento na Praça do Cardoso para comemorar o TOP 3 das escolas finalistas. Haverá exposição de trabalhos dos alunos e apresentações artísticas.
Finalista
O World’s Best School Prizes detalha que no último ano o foco da escola foi a gestão de resíduos urbanos devido à falta de instalações. Em parceria com a Faculdade de Arquitetura da UFMG, alternativas foram pensadas e testadas, desde a criação de jardins, mobiliário urbano e jogos.
“Como resultado, os carros abandonados foram retirados das ruas da escola, os becos onde os alunos moram estão mais limpos e a escola caminha para a produção zero de resíduos.”
A escola realiza, junto com a comunidade, outras atividades voltadas para coleta de lixo e saneamento básico e também para a mobilidade.
“Foi criada a linha de ônibus que liga a favela ao metrô, gerando mais acesso à saúde, educação e emprego, garantindo o direito de ir e vir da população favelada.”