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Denúncia de marmita azeda e com larva em hospital de Contagem será investigada pela polícia

Polícia Civil não descarta nenhuma possibilidade, até mesmo sabotagem; prefeitura vai passar a recolher marmitas uma hora e meia depois da entrega

Vídeo viralizou nas redes sociais

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as denúncias contra as refeições servidas a pacientes do Hospital Municipal de Contagem (HMC), na região metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi confirmada nesta terça-feira (12).

A primeira denúncia surgiu no dia 4 de setembro, após a irmã de uma paciente conversar com a Itatiaia e relatar que uma pessoa internada na unidade recebeu uma marmita com “larvas que se mexiam” espalhadas por toda a refeição. O vídeo viralizou nas redes sociais.

Agora, surgiu uma nova denúncia, de uma criança que teria recebido uma sopa com forte odor de azedo e espuma. Segundo Mayara Miranda, mãe da criança, o filho já tinha reclamado do gosto da sopa entregue no almoço e, depois disso, acabou apresentando um quadro de diarreia.

“A sopa veio lacrada, assim como todas que vêm para as crianças. Só que a dele estava ruim. Eu não liguei na hora, pois ele é criança e tá na fase de não querer comida. Só que, logo depois, ele teve vômito, diarreia e apresentou sonolência. Estava azeda, espumando, todo mundo que cheirava deu ânsia de vômito. Até a cantineira falou que uma sopa não se perde em três horas.”

Íris dos Reis, que fez a primeira denúncia em relação à marmita, também acompanhou a denúncia feita por Mayara. Ela deu detalhes sobre as larvas encontradas na marmita de uma outra família.

“Na hora que a criança foi dar a segunda colherada, ela viu que tinha algo se mexendo e me chamou para ver, aí eu gravei o vídeo. Só que esse pai foi embora do hospital e ele não quis gravar, disse que não queria envolvimento. Eu falei que, se ele não se importasse, eu ia procurar providências. O meu problema é com a comida do hospital. A nutricionista da empresa fala que a gente pode comer com segurança. Só que tem que ser uma comida digna, né?”

Nos próximos dias, a Polícia Civil deve começar a ouvir os envolvidos no caso, e o inquérito deve ser concluído em até 30 dias. Conforme divulgado pela corporação, existem várias linhas de investigação e a polícia não descarta uma possível sabotagem.

Posicionamento

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Contagem informou que estão sendo tomadas todas as medidas administrativas para apurar as denúncias. As investigações pela Polícia Civil e sindicância interna estão em andamento, e a secretaria aguarda o resultado do relatório da Vigilância Sanitária e das amostras enviadas para análise.

A equipe do Centro Materno Infantil (CMI) afirma ter conversado com a acompanhante do paciente para esclarecimento dos fatos. A sopa teria sido servida às 17h40 e a reclamação foi feita por volta das 20h53 de segunda-feira (11). “A equipe esclarece que a marmita chega lacrada, da maneira que sai do local de produção”, afirma a secretaria.

Em relação aos casos de diarreia, a pasta declarou que os pacientes já se queixavam de distúrbios gastrointestinais que não teriam relação com a alimentação fornecida.

“Para garantir a qualidade da alimentação fornecida, a equipe do Centro Materno Infantil recolherá as marmitas após 1h30 da entrega ao paciente. Reforça também que os pacientes e seus acompanhantes devem seguir as orientações de consumo imediato presentes na embalagem”, conclui a secretaria.

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.