Ouvindo...

Acusado de matar criança em ponto de ônibus em BH é preso após ficar 13 dias foragido; entenda

Nicolly Kimberly, de 7 anos, foi morta em frente ao pai no Barreiro; suspeito foi detido em julho e solto em agosto, mas passou a ser foragido no dia seguinte, após Justiça decretar nova prisão

Nicolly Kimberly morreu aos 7 anos após ser baleada em frente ao pai

O homem de 28 anos acusado de matar a menina Nicolly Kimberly, de 7 anos, em junho de 2023 na região do Barreiro, em Belo Horizonte, foi preso pela segunda vez pelo mesmo crime nesta quinta-feira (24). A criança foi morta com um tiro na frente do pai, enquanto estavam em um ponto de ônibus.

O suspeito se apresentou à polícia no dia 29 de junho, quatro dias após o crime, mas foi liberado por não haver um mandado de prisão contra ele. A Polícia Civil pediu um mandado de prisão e foi atendida pela Justiça, com o suspeito sendo detido temporariamente no dia 12 de julho, doze dias após o crime.

Mas no dia 11 de agosto, o suspeito foi liberado após o fim do prazo da prisão preventiva. Porém, uma nova reviravolta ocorreu no mesmo dia: o juiz Roberto Oliveira Araújo Silva recebeu a denúncia contra o suspeito, que passou a ser considerado réu pela morte de Nicolly Kimberly. Na mesma decisão, ele determinou a prisão preventiva do suspeito, que já estava em liberdade.

Desde então, ele passou a ser considerado foragido e voltou a ser procurado pelas autoridades policiais. O acusado só foi detido nesta quinta-feira (24) em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os militares Fábio Santos, Pereira e Ruan, do Grupo Especial De Policiamento Ambiental (Gepam), patrulhavam a zona rural da cidade quando viram um homem jogando um cigarro de maconha no chão. O suspeito foi abordado e informou um nome falso.

Ao mesmo tempo, os militares viram a mulher do suspeito esconder algo debaixo da roupa. O item escondido era o documento do suspeito. Ao consultarem o nome, perceberam que aquele era o foragido pelo assasinato de Nicolly Kimberly, efetuando a prisão do acusado. Ele também já tem passagens por tráfico de drogas, furto, roubo e porte de arma, além de ter sido denunciado por manter pássaros em cativeiro. Segundo os militares, o suspeito estava se preparando para fugir da região.

O acusado deve ser encaminhado ao sistema prisional nas próximas horas. Ele deve ir à júri popular homicídio duplamente qualificado (com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio cruel ou que possa resultar perigo comum; à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido). Não há data marcada para o julgamento do caso.

Relembre o caso

Nicolly Kimberly de Almeida Rosa, de 7 anos, morreu na tarde do dia 25 de junho no bairro Mangueiras, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Ela estava sentada no colo do pai em um ponto de ônibus quando os dois foram atingidos por um disparo. Gilglesias Ottoni Almeida Souza, de 33 anos e a filha foram internados, mas a criança não resistiu e morreu horas depois.

Pai e filha não seriam os alvos do tiro. Segundo a polícia, a confusão começou por conta do suspeito, que andava pelas ruas do bairro procurando por um desafeto relacionado ao tráfico de drogas. Ao ver o inimigo passando na rua em uma caminhonete prata, o suspeito teria disparado, iniciando o tiroteio. Gilglesias e a filha acabaram sendo atingidos.

Suspeito e pai da criança teriam envolvimento com o tráfico de drogas e fariam parte da mesma gangue. Por isso, ele não teria reconhecido o homem como o responsável pelos disparos. Em entrevista à Itatiaia, Gilglesias lamentou a morte da filha e disse que estava fora da criminalidade.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.