A Justiça atendeu pedido da Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves e expediu mandado de prisão temporária contra o ex-agente penitenciário Anderson Barbosa de Siqueira, de 37 anos. Ele é suspeito de matar o universitário Gabriel Ângelo Oliveira Araújo, 26 anos, após atropelamento de um cachorro na Grande BH. A decisão da Justiça foi tomada nessa terça-feira (8)
O crime foi cometido no último domingo (6), no bairro São Pedro, em Ribeirão das Neves. O suspeito, que aparece em imagens atirando à queima-roupa contra Gabriel, é procurado desde o dia do crime. Gabriel não era o condutor do veículo.
Na versão da família do suspeito, o ex-agente era dono da cadela e imaginou que ela tinha morrido, apesar de um vídeo mostrar a cachorra andando após ser atingida pelo veículo. Além disso, a defesa alega que ele passa por problemas emocionais desde que separou da mulher, há três anos.
Ainda conforme a família, a cachorra é da raça Pastor Belga e era bastante querida pelo suspeito.
A cadela voltou para a casa após o atropelamento, foi cuidada por um vizinho e depois encaminhada para uma organização não governamental que cuida de animais. A família do suspeito não quer mais a cachorra. Por isso, ela será doada.
O advogado informou ainda que o cliente era agente penitenciário no estado de São Paulo, mas pediu exoneração. Procurada pela Itatiaia, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo informou que o homem é ex-servidor e atuava na Penitenciária Feminina de Guariba. “Deixou os quadros da pasta a pedido próprio, no último dia 25 de julho”, ressalta.
Registros
A ex-companheira do suspeito registrou diversos boletins de ocorrência contra ele por agressões e ameaças de morte. A Justiça, inclusive, atendeu pedido do Ministério Público e concedeu medida protetiva em favor da ex.
O suspeito teve que usar tornozeleira eletrônica, conforme informações estão em decisão do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra da Mulher do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Na decisão de abril de 2021, a juíza Maria Aparecida Consentino Agostini, destacou que as agressões eram frequentes e continuaram mesmo após as medidas protetivas. “Em um dos episódios de violência, o agressor teria a xingado com palavras de baixo calão, além de ter a agredido com um chute na perna e quebrado o seu celular, inclusive teria enviado mensagens e áudios de ameaças e morte”, descreve trecho.
“Após o deferimento do decreto protetivo, o requerido teria perpetrado novos atos de violência contra a vítima, em que ao encontrar com o que o requerido para entregar o filho, na rodoviária de Belo Horizonte, local público e movimentado, o agressor não teria se intimidado e a agredido. Em outra ocasião, ele teria enviado um áudio de Whatsapp ameaçando a requerente, dizendo que a mataria e o filho”, destaca.