Quatro meses após incêndio no Instituto de Educação, alunos denunciam condições precárias em prédio alugado

Quase cinco meses depois do incêndio que atingiu o prédio do Instituto de Educação (IEMG), na rua Pernambuco, no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, cerca de 800 alunos do ensino médio da escola continuam estudando em um prédio provisório, na rua Guajajaras.

Enquanto as obras de restauração nem começaram, os estudantes reclamam das novas instalações: muito calor nas salas, pouco espaço nos corredores e elevadores, e para o recreio e as aulas de educação física. É o que contam alunos que conversaram com a Itatiaia na porta da unidade.

Esses meninos e meninas já aceitaram que as aulas só devem voltar no antigo prédio do IEMG em três ou cinco anos, quando eles já estariam formados.

“Estou achando muito ruim. O espaço é muito pequeno com uma aglomeração muito grande de pessoas. Na hora do recreio, junta todo mundo e até dá confusão nas filas”, contou Erick Alexandre, estudante do 1º ano do ensino médio, que avalia mudar de escola.

Sofia Silveira, também do 1º ano, relata o defeito recorrente no elevador. “As salas são muito quentes e os meninos não respeitam o limite de peso do elevador. Sempre estraga. A supervisão sempre xinga, mas eles não ligam”, relatou.

O professor Wladimir Coelho, que dá aulas no Instituto de Educação, afirma que dinâmica das aulas não é a mesma no prédio provisório. “O que nos preocupa é o seguinte: as obras nem começaram estamos num prédio precário. O desenvolvimento pedagógico fica muito prejudicado. Aqui não em, por exemplo, um bom laboratório de informática e o desenvolvimento das aulas de educação física não é possível”, contou.

Em nota, a Secretaria estadual de educação informou que a licitação para escolher a empresa que vai fazer as obras no prédio original do Instituto de Educação ainda não aconteceu, mas a previsão é que aconteça agora na segunda metade do ano.

De acordo com a pasta, a elaboração de projetos para a reforma estão em andamento no Departamento de Estradas de Rodagem, o DER. O investimento inicial das obras deve ser de R$30 milhões, e deve demorar de três a cinco anos para terminar.

Relembre

O instituto foi atingido com um incêndio de grandes proporções, mas não teve a estrutura abalada. 40 vítimas precisaram de atendimento. Um adolescente confessou ter incendiado o colégio. À Polícia Militar (PM), a mãe do jovem contou que o filho estava fumando durante o recreio e jogou o cigarro fora, que acabou caindo em cima de um material de plástico que se incendiou.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) do Instituto estava aprovado, mas em processo de regulamentação.