Ouvindo...

Morre artista mineira Carol Cospe Fogo, primeira mulher a receber prêmio de melhor cartunista

Carol Andrade começou a trabalhar com cartuns e charges em 2016 e, três anos depois, venceu o prêmio de melhor cartunista do país

Carol era conhecida por fazer cartuns e charges com tom político

Morreu no último sábado (8), a publicitária e cartunista belo-horizontina Carol Andrade, conhecida pelo seu nome artístico de Carol Cospe Fogo. A artista de 40 anos, que tinha diabete, sofreu uma parada cardíaca na última semana e chegou a ficar internada, mas não resistiu.

Carol Cospe Fogo foi a primeira mulher a conquistar o prêmio Ângelo Agostini como melhor cartunista, por escolha popular, em 2019. Ela começou a trabalhar com charges e cartuns em 2016, movida por sua insatisfação política.

“A Carol veio do meio publicitário e nos últimos anos ela começou a fazer charges em função do momento que a gente vivia no Brasil. Ela se sentiu compelida a participar e expressar a indignação dela por meio das charges e, logo de cara, já começou com um trabalho muito contundente. Inicialmente o nome que ela assinava era Carol Andrade, mas como ela tem essa acidez no traço, acabou que ela passou a assinar a Carol Cospe Fogo, mas era uma pessoa muito doce”, conta o chargista Duke, amigo e colega de trabalho da Carol.

Nas redes sociais, Duke contou que, em uma última conversa com a cartunista, ela havia brincada que não queria ser representada com asas em uma charge quando morresse. À Itatiaia, Duke revelou que a conversa foi despretensiosa e que, na época, Carol estava saudável.

“Quando a gente conversou sobre isso ela falou que não gostava de homenagear celebridades quando morrem com asinhas. Foi uma conversa bem aleatória mesmo, e a gente combinou que quem morresse primeiro o outro não iria fazer charge. E de repente na semana passada eu recebi essa triste notícia que ela havia sido internada com parada cardíaca”.

Duke também contou que Carol é doadora de órgãos e a família irá conseguir realizar esse desejo dela, já que a cartunista teve uma morte cerebral. Ela, inclusive, já havia tratado do tema em uma de suas últimas charges. Além disso, como a artista não gostava de flores, os amigos estão se organizando para fazer charges e caricaturas sobre ela - sem asas - para substituírem as flores no velório. As artes devem ser espalhadas pelo local.