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Vídeo mostra criminoso furtando materiais de carrinho de recicláveis em Belo Horizonte ; assista

Furtos ocorrem na região Oeste da capital mineira

Vídeo mostra criminoso furtando garrafas pet e outros materiais em BH

Criminosos que furtam matérias recicláveis na região Oeste de Belo Horizonte, como garrafas pet e sucatas, agem até durante o dia, conforme vídeos que a Itatiaia teve acesso. As imagens mostram um homem escolhendo até o que vai furtar. Em dos vídeos, o criminoso leva um saco com garrafas pets. Em um segundo momento, ele volta, olha o que tem dentro do carrinho e leva uma sacola com o que parece ser latinhas.

A vítima é o cantador de recicláveis Júlio César de Amorim, 54 anos, morador do bairro Jardim América. Como mostrou a Itatiaia nessa sexta-feira (16), ele resolveu protestar com mensagens deixadas nos carrinhos: “Ladrão, por favor, pare e roubar “, diz uma das frases. “Fica aquela coisa de sentimento, de impotência e de não poder fazer nada. Mas tudo isso que eles fizeram ficou como aprendizagem, porque Deus me deu tudo em dobro”, diz o catador.

Os furtos registrados nos vídeos ocorreram no bairro Prado, lado Oeste da capital mineira. “Vejo esse cara todo dia. Já tirei papelão do carrinho e dei para ele dormir. Mostrei a imagem para ele, mas ele disse que parecia, mas não era ele”, conta.

Júlio trabalha catando recicláveis há 20 anos e se orgulha da profissão. Ele revela que consegue pagar as contas, ter uma vida digna e ainda ajudar a mãe. Apesar de ter sido vítima de mais de dez furtos desde o começo da pandemia de Covid-19, ele diz que não ficou no prejuízo.

“Parecia que quanto mais eles roubavam mais as pessoas doavam as coisas para mim. É importante demais você ter em fé em Deus, porque sem fé em Deus é muito difícil”, diz, emocionado. “A única coisa que eu quero é paz e viver tranquilo”, completa.

Júlio César deixa os carrinhos na rua José Machado, esquina com Barão Homem de Melo, no bairro Nova Suíça, lado Oeste da capital. “Cato pets na parte da tarde e amarro no cabo de aço do carrinho. Só que de um tempo pra cá eles começaram a me roubar os pets e os plásticos mais duros. Papelão eles não querem, porque (o quilo) é 15 centavos”, diz o trabalhador.

O catador conta que já deixou vários recados, mas os furtos diminuíram somente porque ele passou a levar o material de mais valor para a casa. “Na penúltima vez que coloquei (a faixa), escrevi: ‘ladrão, pare de me roubar’. Agora foram uma menina e um cara. Aí coloquei ladra e ladrão. A próxima (mensagem) que vou escrever é: por que vocês não fazem o que eu faço?”.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.