O pai da escrivã da Polícia Civil Rafaela Drumond, encontrada morta na última sexta-feira (9) em Antônio Carlos, em Minas Gerais, afirmou que a família da agente está arrasada com a morte dela. O caso é investigado como suicídio.
Em entrevista à Itatiaia, Aldair Divino Drummond afirmou que a morte da filha é o “maior sofrimento que um homem, um pai, pode sentir”. Segundo ele, toda a família está arrasada com o que ele classificou de “tragédia”.
“Sinceramente, eu sinto que perdi 50% da minha vida. Os outros 50% são da outra filha que eu tenho, a gente tem que lutar por ela. Nós chegamos a ouvir o momento em que ela deu o tiro. Eu fui lá socorrer ela, vi ela sangrando nos meus braços.”
O pai de Rafaela confirma que o sonho da filha era se tornar delegada da Polícia Civil e que a profissional estava estudando muito para fazer a prova. Ele diz que notou um comportamento estranho na filha nos últimos meses, mas acreditou que era por causa da dedicação aos estudos.
“Minha esposa conversou com ela e disse que o problema todo era o estudo para fazer a prova de delegada. Fiquei na minha. Mas acontece que não era isso. Ela não relatava nada para nós, parece que ela escondia isso com medo da gente se envolver.”
Relembre o caso
A escrivã Rafaela Drumond, de 31 anos, foi encontrada morta pelos pais na última sexta-feira (9), na casa da família em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio.
O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga. O sindicato promete um protesto de 6 horas de silêncio nesta quinta (15).
A Polícia Civil emitiu uma nota lamentando o caso e prestando condolências à família e amigos. Leia a nota completa:
“A PCMG reforça que o Centro de Psicologia do HPC oferece atendimento psicológico clínico, por meio de sessões presenciais e também por teleconsulta, para servidores da ativa, aposentados e dependentes, da capital e do interior do estado”, disse. Confira a nota completa
Segue a nota com informações possíveis de serem divulgadas no momento: A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), mais uma vez, presta condolências aos familiares, amigos e colegas da Escrivã de Polícia Rafaela Drumond. A Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária (SIPJ), por meio da Inspetoria-Geral de Escrivães, além de uma equipe da Diretoria de Saúde Ocupacional (DSO), do Hospital da Polícia Civil (HPC), estão no município de Carandaí para acolhimento e atendimento dos servidores. A PCMG instaurou procedimento disciplinar e inquérito policial, com o objetivo de apurar as circunstâncias que permearam os fatos.
A PCMG reforça que o Centro de Psicologia do HPC oferece atendimento psicológico clínico, por meio de sessões presenciais e também por teleconsulta, para servidores da ativa, aposentados e dependentes, da capital e do interior do estado. Ademais, o HPC dispõe do plantão psicológico, que consiste em um dispositivo de escuta especializada, sem necessidade de agendamento, serviço amplamente divulgado aos servidores. Informamos ainda que o CID dos afastamentos por licença-saúde é sigiloso e, por este motivo, não há como estratificar os dados solicitados.
A PCMG conta com a sensibilidade da sociedade como um todo, neste momento de luto da Instituição e dos familiares da Escrivã Rafaela Drumond, face às circunstâncias de seu falecimento.’'