O descarte das mercadorias apreendidas pela Receita Federal em Minas Gerais está cada vez mais distante dos aterros sanitários. Graças as iniciativas sustentáveis em parcerias com universidades do estado, produtos fora do padrão para uso e consumo ganham novo destino. Somente em 2022, 17 toneladas de tabaco e cigarros contrabandeados foram transformados em adubo usados, principalmente, em praças, jardins e plantações nas próprias instituições de ensino.
“Antes, para que a Receita Federal pudesse destruir essas mercadorias, era preciso contratar uma empresa. Era necessário gastar dinheiro público. Agora, com o foco na sustentabilidade, nós fazemos isso em parcerias com instituições de ensino, sem custo para a população”, explica o superintendente da Receita Federal em Minas Gerais, Michel Lopes Teodoro.
A lista de produtos que não contamina mais o solo e nem precisa mais ser incinerada é grande. As roupas falsificadas com marcas de grifes famosas são encaminhadas para presídios e Associações de Proteção e Assistência aos Condenados, Apacs, para que as detentas possam transformar os tecidos em novas peças que serão doadas para população carente. As bebidas produzidas de forma clandestina são transformadas em álcool em gel. para serem doados para o Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento de Urgência, SAMU.
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A produção de álcool em gel foi a primeira iniciativa do projeto que começou em 2019, durante a pandemia da Covid 19. Os frascos do produto eram doados para as forças de segurança como Corpo de Bombeiros, além do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU.
“A procura por álcool em gel era grande e havia escassez dele nas prateiras. Foi quando percebemos que poderíamos ampliar o projeto para reduzir a quantidade de lixo nos aterros sanitários”, afirma Michel Teodoro
Em 2022, 8 mil aparelhos de tv box que captam o sinal de tv de forma ilegal, foram usados para montagem de minicomputadores que hoje são usados em escolas públicas.
Uma peça de computador pode demorar cerca de 100 anos para se decompor no meio ambiente. “Eu acompanhei a destruição e incineração de muitos produtos apreendidos em operações em aeroportos, estradas e portos por causa de crimes de contrabando, descaminho e importação sem pagamento dos impostos”, relembra o superintende da Receita Federal.
Somente nos três primeiros meses deste ano foram apreendidos R$ 20 milhões em produtos que foram levados para os galpões da Receita onde passam por triagem e separação para serem usados em projetos não poluam o meio ambiente.